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Enviada em: 06/10/2017

Em 1969 o mundo presenciou uma manifestação que gerou impactos positivos na democracia atual: a primeira Parada Gay. Até aquele momento, os valores das sociedades tradicionais e os tabus religiosos existentes impediam que os homossexuais fossem aceitos, respeitados e representados de maneira efetiva, mundo embora a diversidade sexual tenha perpassado por todas as civilizações humanas. No Brasil, apesar da ampliação dos direitos legais ao referido grupo, a mentalidade homofóbica da sociedade e os casos de violências e homicídios ainda são recorrentes. Esse fato vem limitando a participação da população LGBT na dinâmica social e a real garantia de seus direitos constitucionais.       Nesse contexto, é evidente que o dogmatismo religioso e a permanência da intolerância estejam entre as causas do problema. Sabe-se que a ideia da formação familiar tradicional -composta por homem, mulher e filhos- ainda é vista, socialmente, como única aceitável, ainda que, em 2015, o Estatuto da Família tenha reconhecido casais homossexuais como uma união estável legal.Essa visão é fortemente abordada no seriado americano "Modern Family", que retrata a vida e os desafios de um casal homossexual na adoção de uma criança. Logo, a homofobia ainda é uma realidade nacional e restringe a participação pública e política do grupo LGBT, que, assim, acabam sendo socialmente segregados.        Ademais, outro fator relevante é o constante crescimento da violência contra o referido segmento popular. Esse dado foi publicado pela organização não governamental "Europe Transgender", que coloca o Brasil nas primeiras posições do ranking mundial de homicídios por conta de orientações sexuais. Um fato que exemplifica essa realidade foi o caso da travesti cearense Dandara, vítima letal da homofobia e de linchamentos por parte da população civil. Esse contexto está diretamente relacionado a fraca representatividade LGBT na política pública e a não criminalização da violência contra eles, o que os torna ainda mais invisíveis e vulneráveis em meio a conjuntura atual.       Tendo em vista a problemática em questão, é evidente que mudanças são necessárias. Em primeiro lugar, é fundamental que o Governo Federal, junto ao Ministério dos Direitos Humanos, garanta uma maior representatividade da população LGBT no cenário político. Essa ação pode ser realizada por meio do desarquivamento do projeto de lei, retido em 2015, que torna a homofobia um crime inafiançável, de modo a tornar institucionalizado os direitos constitucionais quanto ao respeito da liberdade de escolhas e a fim de garantir ao referido grupo a real inserção e participação na dinâmica social. Além disso, é preciso que a população, inclusive os jovens, saibam mais a respeito da diversidade sexual e da importância de se respeitá-la, o que pode ser feito através da distribuição da Cartilha LGBT. Dessa forma, a harmonia social será alcançada e o amor plural, valorizado.