Enviada em: 17/10/2017

Indo contra as palavras de Durkheim, que comparou a sociedade a um corpo biológico, no qual sua harmonia depende do correto funcionamento das  partes, o Brasil enfrenta uma epidemia de preconceitos perante as orientações sexuais diferentes daquela considerada, erroneamente, a única correta. O país dito civilizado tem registrado casos alarmantes de homofo-bia, retrocesso esse que é fruto de uma sociedade conservadora, intole-rante e desinformada.   Primeiramente, é preciso entender que a classe política é um empecilho para o desenvolvimento de normativas que assegurem proteção da comu-nidade LGBT. Baseados em doutrinas tradicionalistas, esses não propõem ou aprovam medidas em defesa da minoria em questão, que é extrema-mente ameaçada por constantes ataques de teor homofóbico, não considerado crime em terras tupiniquins. Consequência dessa negligência é o título que o Brasil sustenta de país com o maior número de violências e mortes de homossexuais e transsexuais no mundo, de acordo com dados levantados pela ONG Grupo Gay da Bahia.     Conquanto, é necessário entender que a comunidade religiosa vai contra essa variação presente na espécie humana. O filme "Orações para Bobby" exemplifica bem tal situação, onde a mãe do protagonista, que não aceita o filho homossexual, o obriga a frequentar rituais religiosos, provocando, então, seu suicídio. A não aceitação dessa condição, já considerada como natural pela OMS e pelo Conselho Federal de Psicologia desde a década de 1990, complexifica o problema, já que a grande maioria da população brasileira segue doutrinas religiosas.    Destarte, é notório que a homofobia tem origens preconceituosas, que devem ser combatidas. Para tanto, o Judiciário deve impor ao Parlamento a discussão e votação de propostas e medidas que visem proteção e res-peito da comunidade LGBT, como a criminalização da homofobia, a adoção de campanhas de sensibilização de religiosos e oficinas e debates sobre o assunto em escolas, evidenciando a naturalidade dessa diversidade.