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Enviada em: 14/10/2017

Troye Sivan, cantor autraliano, abordou em sua música "Heaven" as dificuldades na vida social de um homossexual, que sofre constantemente com ataques ideológicos contra a sua sexualidade. De fato, essa realidade se aplica também ao Brasil, dados os constantes casos de homofobia denunciados pelo Disque 100, canal que recebe delação de crimes contra os direitos humanos. É evidente, portanto, a necessidade de medidas serem tomadas, com intenção de atingir a igualdade entre indivíduos.       Em primeira análise, o antropólogo Bourdieu afirma que os fatos sociais são movidos pelo "habitus", isso é, um padrão cultural tão intrínseco à sociedade que se torna parte do pensamento do indivíduo. Sabendo disso, pode-se dizer que a padronização do heterossexualismo é um habitus a ser combatido, pois a homossexualidade não deve ser vista como contrária à natureza, e sim como uma escolha individual. Além disso, a inclinação sexual pelo mesmo sexo não define outras características, como virtudes e habilidades, ou seja, preconceitos na vida econômica e política não são pertinentes nem passíveis de discussão. Dessa forma, fica evidente que deve haver uma mudança cultural baseada na quebra do tabu que envolve tal discussão, defendendo a liberdade de escolha de forma igualitária.       Ademais, é perceptível que a persistência da homofobia possui conotação religiosa, já que algumas crenças não aceitam a sexualidade fora do padrão estipulado. Embora o Brasil tenha garantido a liberdade plena de crença, o Estado é laico e, portanto, o julgamento do comportamento é feito de acordo com a lei, que, felizmente, permite a homossexualidade. Então, a religiosidade não deve ser um pilar para o preconceito, porque a opção de seguir ou não certa doutrina deve advir do livre arbítrio e não de uma imposição alheia. Assim, considerando que, segundo o filósofo Aristóteles, o erro advém da ignorância humana, atitudes governamentais devem ser tomadas para que esse tipo de engano entre espiritualidade e desrespeito ao diferente não seja repetido.       Logo, para que a homossexualidade seja atenuada deve haver uma mudança dos padrões culturais e uma conscientização sobre a liberdade de escolha sexual. Para isso, o Ministério da Educação criar uma aproximação dos jovens com o assunto, por meio da distribuição de cartilhas nas escolas públicas, com o objetivo de incitar uma nova tendência de combate à homofobia. Outrossim, os grandes canais de TV deve conscientizar a população sobre a possibilidade de convivência harmônica entre crenças conservadoras e homossexuais, a partir da inclusão desse assunto em programas informativos, visando criar uma nova cultura de respeito mútuo mesmo em contextos diferentes. Por último, ONGs devem incentivar canais de denúncia como o Disque 100, por meio do recolhimento e doação de recursos financeiros a esses, a fim de fazer com que o fator coercitivo minimize o problema a curto prazo.