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Enviada em: 16/10/2017

Ao chegar no Brasil, Stefan Zweig impressionou-se com o país, que viria a ser sua nova casa, e, nesse contexto, escreveu um livro cujo título é até hoje repetido: "Brasil, país do futuro". No entanto, quando se observa a vigente homofobia em território nacional, percebe-se que a profecia não saiu do papel. Nesse sentido, é preciso entender as verdadeiras causas desse problema para solucioná-lo.     A princípio, é perceptível que a influência da bancada evangélica no Congresso colabora com essa aversão aos homossexuais. A aprovação de uma liminar no Distrito Federal que regulariza tratamentos de reversão sexual, por exemplo, demonstra uma visão arcaica de que a homossexualidade é uma doença. Disto isso, o posicionamento discriminatório dessa bancada religiosa vai de encontro com a diversidade de gênero no país.     Outrossim, vale ressaltar que certas ações da sociedade corroboram com essa situação. Após a culpabilização dos homossexuais pelo surto de AIDS na década de 1980, os brasileiros assumiram um "habitus", teorizado pelo sociólogo Pierre Bourdieu, o qual consiste na incorporação de uma estrutura social que altera a maneira de agir e pensar dos cidadãos. A partir dessa análise, ao assumir essa condição, ocorre atos de ódio- como agressões físicas- que põem o Brasil como o país que mais mata LGBTs no mundo.     Torna-se evidente, portanto, que a vigente homofobia em território nacional apresenta entraves que precisam ser revertidos. A par disso, cabe ao Legislativo criar leis que restrinjam a influência religiosa no Congresso, com o fito de manter a laicidade do Estado e evitar ações preconceituosas por bancadas cristãs. Além disso, cabe à escola, junto à mídia e a ONGs, fomentar o pensamento crítico sobre a permanência de visões e atitudes homofóbicas, por meio de pesquisas e projetos, para instigar a mudança da mentalidade social. Com essas medidas, poder-se-á tornar a profecia de Zweig realidade em um futuro próximo.