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Enviada em: 24/10/2017

A fé cristã e os seus dogmas são, sem dúvida, um aspecto social central na formação do Brasil, influenciando a cultura e a moral. Por causa disso, desde o início da presença europeia houve perseguições a comportantes desviantes da norma como a homossexualidade - a Inquisição Portuguesa, por exemplo, investigou e condenou muitos pelo crime de sodomia na colônia, em contraste com a aceitação de algumas culturas indígenas desse costume. Com toda certeza, essa discriminação persiste até hoje por meio de violências e humilhações, em uma clara violação dos direitos humanos desse grupo que precisa ser combatida.   Primeiramente, percebe-se que a homofobia se encaixa na definição do sociólogo Durkheim de fato social: ela é um modo de agir e pensar que permeia toda a sociedade e que é coercitivo sobre o comportamento dos indivíduos, pois ela tem raízes na heteronormatividade cristã que é dominante culturalmente e que é transmitida às próximas gerações. Em consequência disso, homossexuais têm seu direito à dignidade ferido por agressões e discriminações, resultando em altos índices de depressão e suicídio, e também são por vezes rejeitados socialmente por suas famílias. Conclui-se, portanto, que uma mudança de valores coletiva é necessária para que esse fenômeno tenha fim.   Além disso, o filósofo Friedrich Nietzsche argumentava que as doutrinas tradicionais limitavam a vida e que era necessário se liberar e construir novos valores baseados na felicidade humana. Essa visão é útil para a questão: é preciso defender a convivência pacífica de pessoas com valores distintos de modo que convicções religiosas não impeçam a existência de uma sociedade plural e democrática que respeita os direitos de todos cidadãos, uma realidade que beneficia a todos. Certamente, superar preconceitos e visões restritas de sociedade são avanços nesse sentido.   Impõe-se, enfim, que a sociedade aja a favor da tolerância de diferenças, pois as violações sofridas por homossexuais estão no caminho do estabelecimento de uma sociedade harmoniosa. Para tal fim, seriam positivos esforços por parte de escolas, incentivadas pelo Ministério da Educação, e meios de comunicação que promovam o respeito e o debate sobre o significado de direitos humanos por meio de palestras, campanhas e exposições sobre as consequências negativas da discriminação. Ao mesmo tempo, é urgente que autoridades policiais e judiciárias investiguem e responsabilizem os atores dos ataques para coibir essas práticas. Completando-se essas medidas, haverá um avanço significativo na garantia do bem-estar da população homossexual brasileira.