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Enviada em: 19/03/2017

Fiscalização e consumo consciente: duas coisas que devem andar juntas    Desde o início do século XVI, com a revolução do pensamento ocidental e o advento da ciência moderna. O homem passa a compreender os recursos naturais como infinitos e passíveis de dominação. Contudo, hodiernamente, com a consolidação e avanço do sistema capitalista de produção, o consumo desenfreado e a grande necessidade de recursos naturais, colocam em xeque esse raciocínio.    Em uma primeira análise, é importante salientar que o consumo indiscriminado de produtos e serviços, aumenta expressivamente a utilização da água, visto que essa é essencial aos processos produtivos. Dessa forma, as modalidades de comércio, como produtos agrícolas, animais e industriais, crescerão paralelamente ao consumo de água contribuindo, assim, para o esgotamento dos recursos hídricos.         Por outro lado, a exploração da madeira e o desmatamento das florestas são responsáveis por uma enorme parcela dos problemas relacionados a escassez hídrica, uma vez que ao desmatar uma grande área de floresta e vegetação, o solo fica enfraquecido e sem proteção contra a erosão pluvial, resultando no assoreamento de rios e lagos. Convém ressaltar, ainda, que o fluxo de umidade do solo para a atmosfera é interrompido. Nessa perspectiva, impedindo a trajetória das nuvens carregadas e responsáveis pelas chuvas, que são conduzidas da Amazônia até o Centro-Oeste, Sul e Sudeste, auxiliando, portanto, na crise hídrica. Desse modo, é perceptível afirmar que o Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST), estava correto ao relatar em seu estudo de 2014, no qual analisa mais de 200 artigos científicos sobre a Amazônia e sua relação com o desmatamento e a falta de água, sendo assim, concluindo a existência de uma relação de causa e consequência.                                                   Em certa medida, a reação aos avanços nas políticas públicas voltadas ao combate da crise hídrica, nos últimos anos, tem sido positiva, porém, fica evidente a necessidade de aprimorar o sistema. Fora os projetos já em vigor, o governo deve investir na fiscalização das florestas e reservas ecológicas, por meio de uma vigilância mais rigorosa e na criação de leis mais severas para quem desmatar ou poluir esses locais. Ademais, é fundamental que a mídia desenvolva uma conscientização nas pessoas com relação ao consumo de produtos e o uso da água, por intermédio de propagandas televisivas em horário nobre, já que é o horário com mais telespectadores. Por fim, a iniciativa privada deve promover a sustentabilidade, mediante o reflorestamento e proteção das áreas de mananciais, dando auxílio as ONGs e a outros grupos sociais que aderirem ao movimento sustentável.