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Enviada em: 16/04/2017

A ilustre frase de Lavoisier "Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma" parece invisível em situações da conjuntura atual. Cenas de produção acelerada, consumo desenfreado e descarte inconsequente são comuns e ocorrem de maneira tão ampla que a capacidade de reaproveitamento e a consciência ambiental são aparentemente ignoradas. Lamentavelmente, quem sofre com os impactos desse consumo insustentável e excessivo é a natureza, da qual o ser humano faz parte e também arca com os reflexos.    A relação entre o consumo e o meio ambiente é uma cadeia interdependente, envolvendo da origem ao fim do produto. No entanto, é um equívoco pensar como solução o fim do consumo, visto que ele atende as necessidades humanas. É importante frear o consumo desnecessário e excessivo, já que este agrava ainda mais os impactos ambientais. Quando um produto é consumido, normalmente o antecessor é descartado, produzindo lixo. Ao mesmo tempo, a fabricação de mais produtos é estimulada. Assim, a indústria, segunda maior emissora de gás carbônico conforme o Ministério do Meio Ambiente, trabalha mais utilizando mais água, energia e matéria prima, além de poluir a natureza.    Por outro lado, o impacto ao meio ambiente afeta também o ser humano, o qual faz parte da natureza. Infelizmente, outro fator que alimenta o consumo é a obsolescência programada, isto é, uma "validade prévia" dos produtos. Desta forma, quando tornam-se inutilizáveis, os produtos são descartados refletindo em um maior acúmulo de resíduos. Desses resíduos, 42% são descartados de maneira inadequada segundo o Panorama de Resíduos Sólidos do Brasil (PRSB), o que provoca a contaminação do solo e da água da área de descarte e a proliferação de doenças para os indivíduos. Sendo assim, a própria atitude inconsciente do ser humano o afeta na medida que impacta o ambiente em que vive.    Diante do problema explanado é necessário frear o consumo desnecessário e o descarte inadequado. Nesse sentido, as famílias e escolas cujo papel educador é inerente, devem desenvolver o consumo consciente nos futuros cidadãos por meio de, por exemplo, jogos lúdicos de compras que evidenciem o impacto da produção de cada produto ao meio ambiente promovendo um pensamento crítico na criança. Ademais, as prefeituras devem dedicar maiores investimentos ao destino adequado dos resíduos sólidos, por meio do reaproveitamento (reutilização e reciclagem) e investimento em coleta seletiva.