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Enviada em: 05/06/2017

Nas últimas décadas presenciou-se a intensificação do processo chamado de Terceira Revolução Industrial, caracterizado por rápidos avanços tecnológicos e científicos que têm proporcionado prosperidade, conveniência e lazer nunca vistos anteriormente. Tais progressos, entretanto, impõem um alto custo ao ambiente para gerar produtos para consumo, seja pela extração de recursos ou pelo seu descarte inadequado, ambos resultando em resíduos e contaminações. Sob essa realidade, o filósofo Hans Jonas formulou uma importante nova máxima ética que afirma que se deve agir de forma que não se prejudique a perpetuação dos seres humanos no planeta, afirmando também que a sociedade atual não obedece esse princípio e que arrisca, assim, a qualidade de vida futura. Concordando com essa ideia, o tema tem sido abordado frequentemente na cultura, como o filme "Wall-e", que mostra a Terra abandonada pois foi poluída a ponto de ser inabitável.    Apesar da ampla divulgação do tema, esforços públicos como a Política de Resíduos Sólidos, que instituiu uma série de metas e prazos, têm tido sucesso parcial para aliviar a pressão sobre o ambiente. Isto é, uma considerável parte dos rejeitos, que exigem muitos anos para serem decompostos naturalmente, ainda não é separada adequadamente nas residências e é destinada a lixões, sem reentrar na economia para ser reutilizada ou reaproveitada por cooperativas de reciclagem, como é feito com 80% do despejo de alumínio, processo que gera emprego e renda. Tal negligência causa prejuízos mais amplos, como a propagação de doenças por esse saneamento precário e enchentes, pois os sistemas de escoamento são obstruídos pelo lixo; logo, a falta de investimento e de atenção têm custos altos à sociedade. Sem dúvida, uma fração significante da população não entende a responsabilidade ética de todos cidadãos com o problema e, portanto, não cumpre e não exige que sejam cumpridas por autoridades e fabricantes as obrigações necessárias.   Torna-se claro, por fim, que é urgente uma intensificação da compreensão dos prejuízos originados dessa atitude, por meio de campanhas organizadas por governos, ONGs e empresas nos meios de comunicação e escolas, também esclarecendo quais são as medidas apropriadas e que a mobilização geral é necessária.  Além disso, cabe à sociedade civil cobrar do poder Executivo investimentos e dos órgãos de fiscalização aplicações de multas e responsabilizações criminais de infratores, tudo isso através de protestos, abaixo-assinados e petições. Por exemplo, evitar a impunidade no caso do desastre na cidade de Mariana seria um importante passo para garantir que possíveis poluidores revejam suas ações com seriedade.