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Enviada em: 23/04/2017

A estabilidade econômica, vivenciada a partir da implantação do Plano Real em meados dos anos 1990, trouxe consigo um significativo acréscimo na capacidade de consumo da população em geral. Entretanto, esse fator, que poderia ser observado como satisfatório para o setor produtivo, carreou impactos negativos para o meio ambiente, de que são exemplos não só o aumento da poluição da água, mas também o exponencial crescimento das áreas desmatadas.            Quando Paul Watson, cofundador do Greenpeace, define a inteligência como a habilidade das espécies para viver em harmonia com o meio ambiente, corrobora a ideia de o ser humano ser capaz de produzir e consumir causando o mínimo de transformação ao meio em que vive, denotando sustentabilidade. Contudo, esse aspecto nem sempre é posto em prática.            Com relação à poluição da água, os impactos trazidos pelo maior consumo podem ser percebidos na crescente produção de lixo e seu descarte inadequado, fazendo com que toneladas de materiais não-biodegradáveis se encaminhem diretamente tanto para o leito dos rios, como para o fundo do mar. Como consequência, pode-se apontar o desaparecimento de espécies fluviais e marinhas, principalmente nas áreas próximas aos centros urbanos, bem como a contaminação das praias, tornando-as impróprias para o banho, o que prejudica sobremaneira o setor turístico da região afetada.             Convém ainda lembrar que o consumo indiscriminado tem efeito na questão do desmatamento. A derrubada de árvores aumentou consideravelmente para poder suprir a indústria de papel e celulose, tem em vista a crescente demanda por essas matérias-primas. De mesma sorte, a expansão do setor pecuarista tem ocasionado o mesmo problema, uma vez que surge a necessidade de grandes áreas de pastagens e de outras plantações para produção de ração para alimentar o gado.            Uma mudança nesse cenário, portanto, necessita um maior comprometimento da sociedade como um todo. Claro está, o governo tem de adotar medidas mais enérgicas a fim de evitar, ou pelo menos minimizar, a poluição da água e o desmatamento, a exemplo da execução das leis ambientais e aplicação de multas. Entretanto, as pessoas precisam aprender a consumir melhor, seja escolhendo produtos duradouros, seja evitando comprar de empresas que não demonstrem compromisso com a causa ambiental. Podem também diminuir a produção de lixo, além de providenciar um melhor acondicionamento, separando-o para a coleta seletiva. Evita-se, assim, que grande parte do lixo tenha como destino final os rios e os mares.