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Enviada em: 16/09/2017

Por um comprar mais racional         A animação "Wall-e" discorre o drama de um robô solitário em uma terra inóspita, que tornou-se um enorme lixão. Fora da ficção, esse descaso com o destino dos resíduos é uma problemática, sobretudo em nossa sociedade consumista e despreocupada com a origem dos produtos. Dessa forma, entre compra e produção, é fundamental considerar esses aspectos para compreender os impactos no meio ambiente.         Convém discutir, antes de tudo, o ciclo de obsolescência programada. No poema concreto "Lixo Luxo", Augusto de Campos já associava que o consumo desnecessário, nosso luxo, traz consequências negativas, ou seja, é lixo. Nesse viés, com a ascensão do toyotismo surgiram as propagandas anunciando, por exemplo, vários modelos de celulares ao mês. Assim, a motivação para trocarmos de aparelho deixou de ser a necessidade, e os eletrônicos tornaram-se ameaça para os solos e águas subterrâneas.        Além disso, vale ressaltar a gestão não sustentável das companhias. Durante a conferência "Eco 92" o uso consciente dos recursos naturais ganhou notoriedade mundial devido a "Agenda 21". Contudo, muitos empresários ainda exploram os ecossistemas, principalmente para retirada e cultivo de matéria prima. A exemplo desse avanço industrial, a mata atlântica foi devastada e hoje abrange uma parte ínfima de sua extensão original.        Fica evidente, portanto, que precisamos reverter essa mentalidade consumista e, sobretudo, poluidora. Cabe a prefeitura municipal em parceria com ongs desenvolver programas de recolhimento de lixo eletrônico, por meio de caminhões e postos de coletas, com o intuito de instruir a população acerca dos malefícios desse resíduo. Ademais, o Ministério do Meio Ambiente deve articular acordos com as empresas, promovendo a adesão à práticas sustentáveis através de campanhas de desmatamento legal e reflorestamento. Somente assim, ultrapassaremos esse ideal material, marcante no século XXI, por um mais racional.