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Enviada em: 10/06/2017

Consumidor e Cidadão: existe diferença entre os dois?  No século XXI, os limites entre a cidadania e o direito de consumir são extremamente tênues, como disserta o sociólogo Zygmund Bauman. A nossa existência em prol do consumo é tal ao ponto de existir um Código de Defesa do Consumidor, como uma ferramenta da cidadania. Esse desejo desenfreado pelo consumismo traz graves danos ao meio ambiente e para a saúde humana. O manejo inadequado de resíduos sólidos e o uso de fontes de energia derivadas de combustíveis fósseis reduzem de forma grave a qualidade de vida da comunidade.  Em princípio, o consumismo exacerbado produz um grande volume de resíduos sólidos e seu manejo inadequado traz graves consequências ao meio ambiente. Os lixões, comumente usados no Brasil, fazem com que o produto da decomposição da matéria orgânica presente no lixo, o chorume, se infiltre no solo, contaminando-o e aos lençóis freáticos, fazendo dessa água fonte de doenças. De acordo com o jornal O Globo, dois terços das doenças que chegam ao SUS são devido à água poluída. Os resíduos sólidos inorgânicos, dentre eles metais pesados, são extremamente tóxicos para os animais, e são acumulativos durante a cadeia alimentar. Por exemplo, um animal se alimenta de uma planta contaminada com mercúrio, e depois um humano come a carne desse animal, ingerindo mercúrio, que se acumula no organismo, causando uma série de doenças.  Da mesma forma, o uso de combustíveis fósseis, como carvão mineral, petróleo e gás natural, libera carbono para a atmosfera, agravando as consequências do Efeito Estufa, que têm aumentado perceptivelmente a temperatura do planeta. O uso desses combustíveis também é causador da chuva ácida, que contamina o solo, a água e degrada patrimônios públicos. A liberação de carbono também é causada pelo desmatamento, que faz com que o carbono retido nas árvores por décadas seja liberado. Assim, o desmatamento e o uso de combustíveis fósseis contribui para o Aquecimento Global.  Para solucionar os problemas causados pelo má gestão dos resíduos sólidos e pelo uso dos combustíveis fósseis pela matriz energética brasileira, o Governo e a sociedade devem juntos aplicar o conceito de sustentabilidade, promovendo a reutilização de recursos sólidos através da reciclagem pelas prefeituras das cidades e a construção de aterros sanitários para uma adequada destinação do lixo orgânico. O Ministério do Meio Ambiente deve formular leis de modo a promover a diminuição da liberação de gases causadores do Efeito Estufa e da chuva ácida pelas indústrias. A mídia deve divulgar a importância do consumo consciente e de cada um contribuir para um mundo melhor, seja separando o próprio lixo ou exigindo do governo ações em prol do bem estar da sociedade.