Materiais:
Enviada em: 03/11/2017

A 15 km do Planalto Central, existe o maior lixão da América Latina. Vizinho do representante do Estado, o lixão é fonte de sustento para muitas pessoas que vendem os recicláveis. No entanto, o mesmo é berço para a proliferação de vetores de doenças e fonte para diversos problemas ambientais. A produção de lixo e a sua destinação é uma problemática que o Brasil enfrenta e que urge mudanças no hábito de consumo e de incentivo a práticas sustentáveis.      A principal agravante para essa problemática é o consumismo atrelado ao modelo econômico atual. Desde o fim da Guerra Fria, em 1985, e a consolidação do capitalismo, cresce o incentivo a compras para sustentar a economia. O surgimento da obsolescência programada, ou seja, de uma vida útil para os produtos é primícia para um ciclo de descarte e consumo. As pessoas sentem necessidade de comprar um novo celular, por exemplo, ou porque o mesmo parou de funcionar, ou porque foi lançado um modelo mais bonito e popular. Enfim, vale destacar que o consumo inconsciente é fruto para o uso desenfreado de matéria-prima, que poderia ser reduzido com a prática de reutilizar e de reciclar.                   Outrossim, embora exista a Politica Nacional dos Resíduos Sólidos, que traz à tona termos como Coleta Seletiva e Logística Reversa, a sociedade ainda é imatura na prática da sustentabilidade. Em relação à sua aplicação, embora a lei gere multas e penalizações, ela não muda a cultura dos brasileiros. Em alicerce com a legislação, deve existir meios para facilitar a prática de ações sustentáveis. Por exemplo, muitas pessoas precisam se deslocar para poder entregar os resíduos reciclados nos pontos de coletas, ilustrando um entrave para a reciclagem. Além disso, os catadores de materiais recicláveis, que poderiam ser um forte aliado para resolver esse obstáculo, muitas vezes tem o seu emprego desregulamentado e vivem em condições de trabalho desumano.        Infere-se, portanto, que para mitigar as consequências na saúde e no meio ambiente, derivadas do excesso de lixo produzido, é necessário algumas medidas. As ações individuais dos 3R's: reutilizar, reciclar e reduzir, precisam se aliar com uma gestão de resíduos mais eficiente. Destarte, urge a atuação dos governos municipais e estaduais na criação de um sistema de coleta semanal dos diferentes recicláveis em toda a cidade. Ademais, para mudar a sociedade, é necessário um fortalecimento da educação ambiental nas escolas, para instruir sobre um consumo consciente e da importância da reutilização e da reciclagem. O Governo Federal, finalmente, deverá cumprir o plano de metas proposto e fechar os lixões ao céu aberto, além de regulamentar a profissão de coletor de materiais recicláveis. Com a devida atenção para o lado fora da janela, o Estado poderá garantir um futuro mais sustentável para todos.