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Enviada em: 15/10/2017

Segundo o autor contratualista Thomas Hobbes, o homem, em seu estado de natureza, é um ser fadado ao egocentrismo. Tal premissa, confrontada com a atual conjuntura dos impactos ambientais do consumo no Brasil, denota uma complexa problemática social a ser discutida e combatida com urgência. E dentre os coadjuvantes desse dilema, é possível destacar, sobretudo, não só a insciência da sociedade quanto à sua influência no frágil equilíbrio ecossistêmico, mas também a ineficácia de um Estado omisso no que tange à regulamentação do consumo consciente.       Em uma primeira abordagem, convém salientarmos a distorção cultural da população brasileira a respeito dos impactos de um consumo desmedido. Historicamente, o processo colonizatório do Brasil firmou-se por meio de uma intensa e inconsequente exploração dos recursos naturais do país. Não obstante, apesar dos permanentes efeitos negativos dessa atitude, o comportamento de parte da sociedade ainda reflete a engodada noção de que a natureza é capaz de neutralizar completamente qualquer ação humana.       Outrossim, no que se refere ao papel do governo quanto ao contexto emblemático, nota-se que há, ainda, longo caminho a ser percorrido. O consumo de embalagens plásticas descartáveis, a exemplo de notícia divulgada pela GloboNews em 2017, tem aumentado sistematicamente a cada ano. Logo, tal comportamento desvela uma indubitável ineficácia das políticas estatais no estabelecimento de alternativas a problemas relativamente simples.       Faz-se necessária, portanto, uma atuação efetiva para que o comportamento do homem descrito por Hobbes deixe de ser uma degradante realidade. O Poder Executivo, mediante o Ministério do Meio Ambiente, deve promover planos de ação que instruam o tecido social quanto ao consumo consciente. Tais planos devem, por meio de programas televisivos, estimular tanto o uso de embalagens reutilizáveis quanto o descarte adequado de resíduos; tudo isso de maneira a manter o tênue equilíbrio entre a conservação dos ecossistemas do país e a satisfação de nossas necessidades.