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Enviada em: 01/10/2018

Na obra "Vidas Secas", o autor Graciliano Ramos retrata as consequências da seca do sertão nordestino, por meio das dificuldades vividas pela família de Fabiano, retirantes que buscavam sair da marginalidade social. Dessa forma, o livro relaciona-se hodiernamente com os impactos da escassez da água no século XXI, mostrando que essa problemática persiste intrinsecamente ligada aos imbróglios do pretérito, em conjunto à falta de políticas públicas eficazes para resolver a questão.      Em primeiro plano, ao analisar por um prisma histórico, verifica-se que a presença de água foi essencial na formação das civilizações antigas, como Egito e Mesopotâmia, sendo essa realidade facilmente comparável com o Brasil, que, por causa de seu recurso hídrico abundante, é dependente da energia hidráulica, presente desde da vinda da família real, quando instalou-se a Usina Hidrelétrica Ribeirão do Inferno, a primeira do país. Sendo assim, esses acontecimentos conectam-se à atualidade através dos dados divulgados pelo jornal O Globo, no qual o país desperdiça anualmente 38% do volume de água tratada, índice alarmante se comparado com outros países, como Austrália e Estados Unidos, que tem cerca de 7% e 13%, respectivamente, o que mostra a falta de cuidado com esse bem.     Por conseguinte, é indubitável que as chagas contemporâneas são a falta de consciência em relação ao consumo de água, que, ligada ao seu baixo nível nas hidrelétricas e a ausência de políticas públicas eficazes por parte do Governo, causou uma grave crise hídrica, o que afetou grandes estados do país, como São Paulo e Brasília, nos quais tiveram que realizar políticas de racionamento para conter o problema. Ademais, a crise nas usinas hidrelétricas mostra que o seu investimento não é benéfico, visto que, além de causarem graves impactos socioambientais, com a inundação de grandes áreas, que alteram o nicho ecológico e a vida da população local, os períodos de escassez de água prejudicam a produção energética do país, o que revela a necessidade de investimento em outras fontes de energia, logo, é vital que se siga o ideal de Gandhi, que lutava por um futuro melhor, para sanar esse imbróglio.      Portanto, para resolver os problemas retratados no livro "Vidas Secas" e seguir o ideal gandhiano, o Ministério de Minas e Energia, por meio de um projeto socioambiental, deve investir em outras fontes de energias renováveis de menor impacto ambiental, como a energia eólica e a solar, para, dessa forma, diminuir gradualmente a dependência sobre a energia hidráulica. Outrossim, é importante que o Governo se inspire no exemplo da Califórnia, que também sofre com crises hídricas, com a promoção de campanhas, através de propagandas divulgadas nas mídias de comunicação, visando a economia de água por parte dos cidadãos, além de multas diárias para quem for flagrado desperdiçando-a, para que, assim, a escassez de água sofrida por estados como São Paulo e Brasília não volte a se repetir.