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Enviada em: 30/09/2018

Segundo estudos modernos, a existência de água é o princípio básico para a manutenção da vida, sendo o corpo humano 75% composto desse elemento fundamental. Nesse contexto, o Brasil, apesar de ser privilegiado pela abundância de recursos hídricos, enfrenta problemas relacionados à irregular distribuição desses pelo vasto território. Dessa forma, hodiernamente, determinadas áreas do país convivem com os impactos provocados pela escassez de água - destacando-se os problemas sociais, no Nordeste, e os econômicos, no Sudeste.   Em primeira análise, cabe pontuar que há, no nordeste brasileiro, a perpetuação de mazelas referentes à falta d'água. Tal cenário, retratado no livro "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, é decorrente, em uma visão geográfica, da própria dinâmica climática da região - que não favorece a formação de chuvas. Entretanto, as reduzidas políticas públicas sociais, bem como a inabilidade no gerenciamento dos poucos recursos da região - por parte das esferas estaduais - mostram-se como fatores que fomentam a problemática da dificuldade de acesso à água. Em vista disso, infelizmente, evidencia-se o crescimento de uma aterradora "Industria da Seca" - que se aproveita da situação de miserabilidade de parte da população e da não presença do Estado para fazer valer seus interesses econômicos.    Outrossim, convém frisar ainda que a crise hídrica, em algumas regiões, tem gerado graves impactos no setor econômico. Esse fato se fez presente, sobretudo, na Região Sudeste - em que muitas empresas tiveram enormes prejuízos devido a diminuição da produção - provocada pela falta de água -, o que ocasionou um corte no contingente de empregados. Além disso, nas áreas rurais, o setor agropecuário também teve de retrair a produção, tendo em vista a impossibilidade de manter a irrigação. Nesse sentido, observamos uma conjuntura paradoxal, tendo em vista que, ao passo que sofrem grandemente com a carência de água, os setores industrial e agropecuário, frequentemente são acusados de fazer o uso indiscriminado de tal recurso.    Destarte, visando atenuar o imbróglio da escassez de água no Nordeste, assim como democratizar o acesso, O Governo Federal, aliado às esferas estaduais, deve engendrar políticas públicas sociais, assim, financiando programas para a construção de cisternas e a abertura de poços artesianos nas localidades residenciais - uma vez que muitos locais não foram contemplados com a transposição do Rio São francisco. Por fim, é mister que o poder público exija de industrias e agentes do agronegócio posturas e medidas que busquem a redução do desperdício de água, o que pode ser feito mediante o reaproveitamento da água residual para o resfriamento e lavagem de maquinários. Dessa maneira, poder-se-á, minimizar os impactos provocados pela carência de água.