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Enviada em: 02/10/2018

Devir das águas         O filósofo Heráclito disse “um homem não entra duas vezes no mesmo rio”. Embora a frase explique o devir das coisas, atualmente, ela pode ser aplicada na poluição dos mananciais que tornam o rio diferente de antes. Assim, os impactos da escassez de água no século XXI, já estão presentes tanto no mundo, quanto no Brasil. Diante disso, o Estado peca em não viabilizar o uso sustentável dos aquíferos potáveis em longo prazo, enquanto parte da sociedade imagina que o recurso é infinito.         A priori, dos 100% do total aquífero do planeta terra, apenas 2% é de uso potável e a maioria deste percentual concentra-se nas geleiras, de acordo com a Revista Science. Outrossim, o ínfimo percentual que não está em gelo e disponível para o uso humano, ainda sofre com os impactos negativos da ação antropomórfica da industrialização. Por conseguinte, rios como o Gandhi, na Índia e o Tietê, no Brasil, são exemplos do mau uso da água e a sua já visível escassez nessas regiões.            Nesse mesmo viés, o plano de recuperação do rio que corta a megalópole nacional é defasado e não coíbe novos focos de poluição. Não obstante, devido às mudanças no rito das chuvas, de acordo com o INPE, a região sudeste passou a sofrer com a crise hídrica, que afetou não somente a distribuição de água como a de fomento energético. À vista disso, o pensamento que predomina é de que os recursos hídricos são infinitos, o que corrobora com o desperdício sempre presente nas cidades nacionais. Desse modo, os impactos da escassez de água tendem a se agravar e a tornar-se prioridade para os próximos governos.        Dessa forma, o Estado deve priorizar a recuperação dos mananciais por meio de ações do Ministério do Meio Ambiente, além de evitar futuros focos de degradação ambiental por intermédio de multas e prisões. Ademais, as mídias televisivas podem, com o suporte do erário, lançar peças publicitárias para elucidar a população quanto à inverdade de que a hidrosfera é infinita, assim como orientá-la a respeito da importância da economia d’água. Isto posto, o ser humano poderá entrar duas vezes no mesmo rio, desde que ele tenha a ciência de respeitar os mananciais, apesar do devir das águas.