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Enviada em: 28/09/2018

"Encontrou água?", "Não, só mais ouro e pedras preciosas". Essas falas são dos personagens Glória e Moto Moto, do filme Madagascar, o qual traz uma reflexão sobre a importância do bem mais precioso do mundo: a água. Embora o planeta Terra também seja conhecido como "Planeta Água", em virtude da grande quantidade disponível desse recurso, a água potável se encontra em uma grande crise de escassez. No Brasil, essa problemática é intensificada pelo mau uso desse recurso, tanto pelo setor agropecuário do país, quanto pela população brasileira.    Em primeiro lugar, é inegável que o modelo agroexportador eleva a economia nacional, sendo responsável por 44% da balança comercial brasileira. No entanto, traz consigo impactos negativos ao meio ambiente, como o alto consumo de água com irrigação de lavouras - cerca de 72% dos recursos aquáticos utilizados - que, em sua maioria, é realizado através de um sistema de irrigação obsoleto, que mais desperdiça do que rega. Além disso, a alta quantidade de agrotóxicos utilizados contaminam o lençol freático, tornando o líquido cada vez mais escasso.      Em segundo plano, vale mencionar que a distribuição dos recursos hídricos, no Brasil, é de forma sazonal. Enquanto uma parte sofre com a seca quase constante, a outra esbanja o uso - mau - desse recurso. Esse cenário foi retratado na obra "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, que conta a vida de um retirante, o Severino, que sai do nordeste motivado pela seca e fome, em busca de uma vida melhor, mais digna. Além disso, em razão da má distribuição de água, o Governo Federal iniciou o Projeto de Transposição do Rio São Francisco, que visa construir dois imensos canais ligando o rio São Francisco a bacias hidrográficas menores do Nordeste, bem como aos seus açudes.  Porém, a obra não teve conclusão devido ao alto custo e aos desvios de verbas públicas direcionadas ao projeto.     Fica claro, portanto, que medidas devem ser tomadas para atenuar os impactos causados pela crise de escassez da água. Cabe ao Ministério da Agricultura, intensificar a fiscalização do setor agropecuário do país, por meio de inspeções, realizadas periodicamente, para que não haja tamanho desperdício de água como há atualmente. Ademais, concerne ao Ministério da Fazenda, em parceria e concessões com o setor privado, dar continuidade ao projeto de transposição do rio São Francisco, a fim de uma melhor distribuição dos recursos hídricos no país. À mídia e às escolas, por sua vez, compete uma maior campanha de consciência popular, por meio de debates em programas televisivos e palestras escolares, com o intuito de cessar a perpetuação de maus hábitos, como escovar os dentes com a torneira aberta ou tomar banhos demorados.