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Enviada em: 27/09/2018

Desde o início do século XVI, com a chegada oficial da colonização portuguesa ao Brasil, cultiva-se a ideia de que nossos recursos naturais são infinitos. Contudo, quando se observa a crise hídrica alarmada na sociedade brasileira na contemporaneidade, conclui-se que a água adequada às necessidades humanas posiciona-se em escassez. Com isso, as falhas colaborativas para findar o recurso devem ser refutadas, como a ineficiente gestão da infraestrutura e a lenta mudança de mentalidade social, a fim de proporcionar o acesso hídrico ao país de forma sustentável.   Em primeiro plano, verifica-se que o suporte físico por onde a água tratada passa permite desperdícios anuais. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil, aproximadamente 40% do expediente hídrico do país é perdido, devido a vazamentos nas tubulações, pois, os projetos aquáticos, após executados, ficam inertes ao tempo, desprovidos de manutenção técnica. Nesse ínterim, as canalizações iniciam gotejamentos, gradativamente, maiores. Portanto, o deficiente amparo urbanístico possibilita o extravio de parcela expressiva do recurso natural que atenderia a população carecida do bem comum.   Paralelamente a isso, sobressai a mentalidade herdada como motor perpetuador do desperdício hídrico na sociedade brasileira. De acordo com John Locke, nascemos como uma folha em branco , sem conhecimento e o adquirimos por meio da experiência. A partir desse pensamento, infere-se que se uma criança permeia um ambiente onde seus pais mantêm a torneira aberta quando realizam o ato de escovar os dentes ou tomam longos banhos, ela tende a atribuir o mesmo comportamento por causa da vivência em grupo. Dessa forma, o gasto excessivo inconsciente da água, transmitido de geração a geração, fomenta os baixos níveis hídricos nos reservatórios de água doce do país.    Entende-se, portanto, que o quadro de insuficiência hídrica é fruto da precária assistência técnica de saneamento somada ao hábito social herdado. Assim, revela-se imperativo que as prefeituras, através de contratos com as empresas fornecedoras de água potável, exijam a manutenção periódica das canalizações , estipulada e manuseada por engenheiros , com o intuito de evitar vazamentos. Ademais, torna-se necessário que os professores da fase de Primeira Infância instiguem seus alunos a refletir sobre como minutos a amenos no banho pode oferecer água ao próximo sem acesso, por meio de pequenas peças teatrais, com o fito de formar cidadãos voltados para a sustentabilidade. Desse modo, a finitude do recurso natural deixará de ser evidenciada na sociedade brasileira.