Enviada em: 27/09/2018

Na Antiga Mesopotâmia, a água foi uma das responsáveis pelo desenvolvimento das primeiras civilizações. Hodiernamente, tal substância fundamental ainda permanece com essa função. Apesar da sua importância para a manutenção da vida, encontra-se numa crise persistente no que tange a gestão desse bem, relacionada a fatores econômicos e políticos, que podem gerar consequências irreversíveis.       Em primeira análise, é preciso destacar que as indústrias têm um papel importante no desperdício de água. Conforme Karl Marx, a economia é a base da vida em sociedade. Nesse contexto, as empresas, movidas pelo interesse financeiro, utilizam-se dos recursos hídricos para a fabricação dos seus produtos e usufruem de grande quantidade de água. Esse fato pode ser ilustrado nos dados do Atlas do Meio Ambiente, os quais afirmam a necessidade de cem mil litros de água para a produção de um quilo de alumínio.        Ademais, vale pontuar a ausência de ações públicas de saneamento nas cidades brasileiras, contribuindo para a contaminação dos mananciais. Isso pode ser observado em uma pesquisa feita pelo IBGE que mostra a Região Norte, área que possui maior volume de água do país, com apenas 2% das residências contempladas pela coleta de esgoto adequada. A consequência disso é o descarte impróprio dos dejetos domiciliares nos rios e lagos, tornando a água inapropriada para atividades fundamentais.        Tornam-se notórios, portanto, os impactos da crise hídrica que os brasileiros estão atravessando. Dessarte, é necessário que a Agência Nacional das Águas juntamente com outros órgãos competentes definam um limite máximo de uso de água para cada atividade industrial e, assim, promovam a fiscalização das indústrias, por meio de um mutirão entre seus funcionários, de modo a fazer com que essa ação seja periódica, a fim de haver o combate ao uso exagerado da matriz hídrica. Além disso, é preciso que o Poder Executivo direcione parte do PIB para políticas de saneamento, diminuindo as disparidades regionais de coleta de esgoto.