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Enviada em: 02/10/2018

Planejamento falho       A urbanização apresentou como principal propulsor as políticas desenvolvimentistas pró industrialização de Getúlio Vargas, para atrair trabalhadores para a cidade a partir de 1950. O célere crescimento populacional nos centros urbanos responde pelo aumento da pressão sobre as fontes de abastecimento, visto que não evoluíram na mesma proporção. Assim, o insustentável abastecimento de água escancara os desafios das regiões metropolitanas e, ainda revela seus efeitos sobre a população - uma mazela, indelevelmente, enclausurada.       No que se refere aos obstáculos dos conglomerados urbanos, a carência do acesso à água em quantidade e qualidade satisfatórias, relaciona-se com o desordenado processo de urbanização. Nesse contexto, o desmatamento bem como a impermeabilização do solo, impedem que a água penetre em lençóis freáticos, de modo que prejudica a recarga dos aquíferos, além de intensificar o assoreamento de rios - acúmulo de sedimentos pelo depósito de terra.        Sob esse prisma, a falta de planejamento e investimentos no setor agravou ainda mais este cenário. O clima semiárido e a presença de massas de ar quente estacionadas na região Nordeste, explicam a menor ocorrência de chuvas. Por outro lado, a execução de programas de irrigação, que permitem aumentar o regime de rios temporários, privilegiam os locais controlados por latifundiários em detrimento da população mais castigada pela estiagem; fenômeno conhecido por "indústria da seca" e responsável por perpetuar os problemas decorrentes da escassez hídrica.       Infere-se, pois, que a descabida gestão hídrica conclama políticas públicas ativas. Dessa forma, o Estado, juntamente com a Agência Nacional da Águas (ANA), devem criar projetos que visem abastecer as nascentes e os reservatórios, por meio de obras de captação, com poços e tratamento, a fim de atender ao aumento da demanda de água. E, o Ministério da Justiça, investigar as atuações dos políticos e coronéis na região Nordeste, com a distribuição igualitária deste recurso natural, para que se desfaça a indústria da seca. Logo, planos e metas que corrijam as falhas do planejamento desenvolvimentista.