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Enviada em: 30/09/2018

"Ô, chuva, vem me dizer se posso ir lá em cima pra derramar você". O trecho da canção "Segue o seco" de Marisa Monte mostra a agonia do eu lírico perante à seca. Da mesma forma, na atualidade, a escassez de água aparece como problemática brasileira, devido ao modo de vida contemporâneo e à estrutura econômica moderna.         Ao teorizar sobre a modernidade líquida, Zygmunt Bauman identificou o que considerava ao mesmo tempo a definição e o principal óbice da pós-modernidade: o individualismo. A partir dele, o consumo excessivo de recursos hídricos, visando atender somente o benefício próprio, ignora as necessidades de futuras gerações e, assim, causa desequilíbrio social e ambiental. Combater o egocentrismo humano e estimular o consumo consciente é, por conseguinte, segundo o sociólogo polonês, uma estratégia para sanar a crise hídrica.      Ademais, a economia moderna está fundamentada em crescente urbanização e industrialização, o que demanda mais disponibilidade hídrica. De acordo com relatório da UNESCO, até 2050, será preciso que essa oferta atenda a uma demanda 55% maior. É vital, portanto, que o desenvolvimento ocorra de maneira sustentável e responsável.        À vista disso, é patente que os impactos da falta de água são um problema no Brasil. Cabe aos Ministérios da Educação e do Meio Ambiente criarem um projeto para ser desenvolvido nas escolas que promova palestras, seminários e atividades lúdicas a respeito do uso sensato dos recursos naturais e dos malefícios do individualismo, a fim de que a comunidade escolar e, consequentemente, a sociedade em geral, aprendam mais sobre o tema e possam, assim, conscientizar-se. Desse modo, os brasileiros poderão usar suas vozes para cantar a abundância de água.