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Enviada em: 29/09/2018

Na célebre obra machadiana "Memórias Póstumas de Brás Cubas" o autor-defunto disse que, não teve filhos e não transmitiu a nenhuma criatura o legado da nossa miséria. Essa postura mostra-se acertada na sociedade vigente, tendo em vista que, os impactos da escassez da água no século XXI se intensificam em razão da ineficácia governamental em relação à disponibilidade de água favorável para os cidadãos, como também, pela omissão da consciência populacional.  Mormente, é preciso dissertar que os impactos da escassez do recurso hídrico mais importante para a sustentabilidade social efetua-se sobretudo pela ineficácia estatal perante a irregular distribuição de água potável ofertado a população, porquanto, em consonância com o senso de Thomas Hobbes, é imprescindível que o Estado, instância reguladora e superior a todos, seja provedor de subsistência digna para os cidadãos, todavia, isso encontra-se deturpado no Brasil, à medida que, a população, sobretudo as camadas mais pobres pouco amparadas pelo governo, não possuem uma distribuição de água propícia para a sobrevivência, culminando na proliferação de vírus e doenças, bem como, a limitada disponibilidade para fins domésticos e pessoais, haja vista que, conforme dados da Organização Mundial da saúde, são necessários entre 50 a 100 litros de água por pessoa, por dia, para satisfazer as necessidades diárias.   Convém mencionar que, consoante Zygmunt Bauman em sua obra "Modernidade Líquida" o individualismo enraizado na pós modernidade, é um dos maiores conflitos sociais enfrentados, logo, no que tange à coadjuvação social para manutenção desse recurso hídrico, é pouco efetivado, uma vez que, muitos utilizam desse recurso de forma indevida, como o não fechamento das torneiras domiciliares quando em desuso, como também, a poluição de rios pelas mãos humanas que são cruciais para garantir água para a sociedade, são substanciais para o aumento da escassez hídrica no século vigente.   Diante dos fatos supracitados, é mister que a Escola promova a formação de cidadãos conscientizados para a preservação natural, por intermédio de palestras e distribuição de cartilhas acerca do tema. Ademais, é preciso que o Governo Federal assegure a distribuição de água para toda a população,  por meio de campanhas e programas de preservação de rios e lagos que abastecem as cidades, para ser possível também, a preservação do recurso hídrico. Outrossim, o Poder público deve ampliar as fiscalizações dos consumos e amplificar as multas para os consumos excessivos, tal como,medidas para despoluir os rios. Somando-se a isso, é preciso de ações midiáticas com o fito de despertar a consciência social e a importância da água, para reverter um passado miserável dito por Brás Cubas.