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Enviada em: 30/09/2018

Na segunda metade do século XXI, a escritora Rachel de Queiroz abordou a seca em um de seus livros,´´ O Quinze``. Na obra, é possível perceber a imensa miséria e fome que a grande seca de 1915 trouxe. Embora date séculos atrás, muitas pessoas ainda passam por situações análogas a essa no Brasil hodierno devido a escassez hídrica, o que se configura um grave problema para o corpo social. Dentre os causadores dessa problemática, destacam-se a negligência estatal, assim como o descaso populacional com a gestão da água.      Em primeiro plano, vale salientar que a inoperância estatal é grande responsável pela falta de água em muitas regiões do Brasil. Isso porque as autoridades governamentais responsáveis pela administração dos recursos hídricos não executam os diversos planos vanguardistas, que não chegam nem a ser colocados em prática por falta de financiamento ou limitada capacidade de acompanhamento e execução. Por consequência, o Brasil possui cerca de 45 por cento de seus domicílios sem acesso a rede de água, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, afetando não só a execução das atividades diárias dos cidadãos, como também a produção de alimentos ,o que pode fazer o país regressar ao mapa da fome.     Outrossim, a administração irracional da água pela população brasileira é notável causadora da escassez hídrica em diversas localidades do país. Conforme Paulo Freire , as instituições escolares da atualidade tendem a se tornar bancárias comportando-se como meras depositadoras de ensinamentos vestibulares. Em decorrência disso, na maioria delas não há espaço para discussões sociais, como acerca da importância de se erradicar o desperdício da água, formas de reaproveita-la ,bem como sobre a desconstrução da ideia de que ela é um recurso inesgotável. Por conseguinte, os indivíduos tornam-se despreocupados com a gestão dela, o que a longo prazo deve acarretar no seu esgotamento.