Materiais:
Enviada em: 30/09/2018

Em meados do século XX, Raquel de Queiroz, uma consagrada escritora modernista, publicou o livro O Quinze em que retratou a grande seca ocorrida em 1915 na região Nordeste. Contudo, mesmo após 100 anos desse acontecimento, o Brasil ainda enfrenta uma enorme escassez de água. Nesse sentido, questões como sociedade consumidora e impactos ambientais colaboram para tal problemática.     De início, é importante entender que os setores econômicos utilizam a água de forma desenfreada. Assim, o agronegócio é responsável por grande parte do desmatamento de florestas para a criação de gado por exemplo. Além disso, inúmeras indústrias não cumprem com a recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), que sugere o consumo por pessoa de, no máximo, cerca de cem litros de água por dia, uma vez que ultrapassam esse limite para a fabricação de produtos como carros, roupas e celulares. Desse modo, com uma pequena quantidade de árvores a evapotranspiração é reduzida e o ciclo de chuvas alterado e, além do mais, com o excessivo uso da água pela indústria os reservatórios diminuem sua capacidade e a população é prejudicada sem ter água suficiente para necessidades básicas.      Outrossim, percebe-se que a diminuição de água potável é influenciada pelos impactos ambientais causados pelo homem. Isso ocorre porque, muitos indivíduos provocam queimadas em biomas como o Cerrado e, assim, atrapalham o acúmulo de água nas plantas e uma possível formação hidrológica nesses ambientes. Ademais, várias pessoas poluem locais de água potável, através da deposição inadequada de lixo em rios de água doce, a exemplo do rio Tietê em São Paulo, visto que seu consumo é impossibilitado pela quantidade de detritos existentes. Destarte, a acessibilidade à água de qualidade torna-se difícil e o direito humano fundamental ao seu tratamento é ferido.     Nota-se, portanto, que a água ainda é escassa e gera diversos impactos no país. Logo, para atenuar essa problemática cabe ao Ministério do Meio Ambiente, fiscalizar a quantidade de água utilizada na indústria nacional e na agropecuária e, também, punir com multas os empresários que excederem o limite estipulado, a fim de haver uma distribuição adequada desse recurso hídrico para a população. Ainda é função do Ministério do Meio Ambiente, em parceria com a mídia, promover campanhas conscientizadoras, principalmente, na TV aberta destacando os malefícios que a destruição ambiental causa na qualidade e na quantidade de água disponível, com o intuito de diminuir tais ações destrutivas e melhorar, dessa maneira, a qualidade de vida dos cidadãos.