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Enviada em: 02/10/2018

A água é imprescindível para a manutenção das funções biológicas dos seres vivos. Nesse sentindo, o Brasil está na qualidade de país privilegiado, visto que apresenta cerca de 12% do volume total de água do planeta. Entretanto, cresce o número de brasileiros que são vítimas dos severos impactos sociais e econômicos da escassez desse elemento primordial. Assim, cabe a análise dos fatores políticos e culturais que geram essa conjuntura e seus respectivos efeitos nos que nela estão inseridos.      A princípio, constata-se que a falta de água em quantidades adequadas e com qualidade é um fator potencial para o comprometimento da sobrevivência e do bem-estar humano. A esse respeito, no romance “Vidas Secas”, do  modernista Graciliano Ramos, a busca por uma fonte de água no sertão nordestino é condicionada pelo anseio de continuar a viver de Fabiano e sua família. Hodiernamente, a ineficiente gestão pública, no que tange à falta de investimentos e aperfeiçoamentos nos sistemas de abastecimento, corrobora para que a garantia do direito à água não seja posta em prática, sobretudo entre as classes menos abastadas. Com efeito, são muitos os cidadãos que não têm acesso à água limpa e segura, o que os torna mais vulneráveis às doenças como a febre tifoide e a cólera.      Ademais, é importante pontuar que a escassez de água é responsável por grandes impactos no setor econômico brasileiro. Nessa perspectiva, conforme dados da Agência Nacional de Águas (ANA), 75% do consumo desse composto inorgânico no país são relativos à agricultura, tornando-o um recurso essencial ao desenvolvimento dessa atividade. No entanto, a ausência de engajamento do poder público e da população civil na preservação das fontes hídricas e na oferta de condições de recuperação de ecossistemas para a renovação da água inviabiliza a resolução do problema da escassez. Assim, uma seca pode, por exemplo, elevar os preços dos alimentos e contribuir para a insegurança alimentar.      Torna-se evidente, portanto, a necessidade de mitigar o drama da privação de água e os seus efeitos no coletivo. Dessa forma, a Agência Nacional de Águas e o Ministério do Meio Ambiente devem aprimorar os planos de gestão e de abastecimento dos recursos hídricos nos municípios, a fim de garantir a eficiência na prestação desses serviços. Além disso, a Receita Federal deve fornecer subsídios financeiros às prefeituras para que estas façam melhorias no sistema de saneamento básico, como a construção de mais estações de tratamento de esgotos, para que o cidadão tenha acesso à água potável de qualidade. Por fim, é necessário que as instituições de ensino que estimulem, por meio de palestras e debates, à adoção de posturas mais sustentáveis em relação aos recursos naturais disponíveis tanto por parte do cidadão quanto do poder público.