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Enviada em: 30/09/2018

Na obra literária "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, que retrata a vida de uma família no sertão nordestino, é notório quão indispensável a água é para a sobrevivência humana. De volta à realidade, em pleno século XXI muitos indivíduos e a maior parte das autoridades governamentais ainda não perceberam esse fato, já que o uso desregulado, a falta de gestão e o desperdício desse recurso fazem parte do cotidiano dos brasileiros. Assim, convém analisar a temática acerca da escassez da água no século XXI.   Em primeiro plano, é importante ressaltar que o desperdício de água não é fruto apenas do descuido diário dos cidadãos, mas também ocorre em virtude do uso virtual da água, em que ela é empregada na produção econômica de têxteis, por exemplo, e do uso agropecuário, principal responsável pelo gasto de água segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).  Nesse sentido, é claro que existe uma negligência desses setores econômicos, que poderiam adotar técnicas sustentáveis nas irrigações de lavouras, como o gotejamento em massa, e na fabricação de roupas, como a redução de água no tratamento do algodão, tendo como exemplo. Logo, esses elementos interferem diretamente no aumento da escassez da água.   Outrossim, devido à carência desse recurso hídrico essencial para a vida humana, acontece um aumento da desigualdade social, já que as classes sociais menos abastadas são mais prejudicadas em detrimento das outras, no que tange ao acesso à água, como já é realidade no sertão nordestino brasileiro. Desse modo, diversas práticas são prejudicadas em toda a sociedade, como a produção de alimentos, o uso cotidiano, o abastecimento de regiões mais remotas, a preservação da flora e da fauna e a fabricação de bens de consumo, por exemplo. Assim, toda a população é impactada pela falta de água, o que revela a importância na preservação e no cuidado com esse bem.   É evidente, portanto, a necessidade de medidas que mitiguem o impasse. Cabe aos órgãos governamentais, em especial o Ministério do Meio Ambiente, promover campanhas midiáticas que alertem e orientem o público a respeito do consumo consciente da água a fim de reduzir o desperdício e preservar de modo significativo esse recurso. Somado a isso, é também viável que o Ministério do Meio Ambiente promova incentivos fiscais às indústrias e empresas que adotem medidas de redução da utilização de água, bem como medidas mais sustentáveis nessas esferas que fazem o uso virtual dos recursos hídricos. Tudo isso, com o objetivo de reduzir o desperdício e o uso desnecessário da água, visto que são os principais meios de preservá-la.