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Enviada em: 01/10/2018

A questão da água sempre foi importante para que o homem pudesse desenvolver suas atividades econômicas e de subsistência. Apesar da humanidade viver no Planeta Azul, somente cerca de 2,5% da água do mundo é doce, ideal para o consumo humano. O maior problema não é a quantidade desse bem disponível, mas a sua distribuição, pois em um país como o Brasil, que possui uma abundância desse recurso natural, há regiões brasileiras que ainda sofrem com sua escassez ou falta, tornando-se um problema mais social do que natural.       Euclides da Cunha, à sua época, abalou a comunidade literária por trazer para a tona a realidade dos povos que viviam no sertão, relatando a difícil vida dos que sofriam com os ciclos de estiagem no Nordeste brasileiro. Ainda que os períodos de chuva irregulares contribuem diante desse quadro, sabe-se que a concentração fundiária é o fator principal para a problemática. Ainda que os slogans e as campanhas políticas deem esperança de abatecimento o ano inteiro com a Transposição do Rio São Francisco, hoje em dia outro grande problema de má administração da água capitada está com o seu desperdício em torno de 50% somente na sua distribuição.       As outras regiões brasileiras também vêm sofrendo com o problema da crise hídrica. O Sistema Cantareira, por exemplo, é um importante reservatório que abastece a Grande São Paulo, mas que está em estado de alerta nos últimos meses. É uma realidade que começa a se concretizar aos poucos, mas que é gerada também devido a uma administração que prioriza o econômico ao invés do humano. Isso porque a agropecuária voltada para a exportação, como no caso a cultura de café, demanda cerca de 70% de toda a água capitada no país, alarmando para o grande uso do bem para a geração de capital, enquanto muitas famílias ainda sofrem com a falta de saneamento básico ou com problemas de falta do recurso.       Sabe-se, portanto, que a escassez de água no século XXI possui uma justificativa majoritariamente social. Logo, o governo deve fiscalizar e incentivar medidas alternativas às agroindústrias que propiciem para a redução de água por evapotranspiração, através do método de gotejamento, com auxílio de engenheiros agrônomos para quantificar e capacitar durante toda a cadeia produtiva, fazendo com que haja uma maior destinação de água não desperdiçada para o consumo humano, evitando uma crise maior para a subsistência. E que, posteriormente, o Brasil torne-se exemplo de consciência aos demais países do mundo.