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Enviada em: 02/10/2018

Na obra literária "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, é perceptível o contínuo anseio pela sobrevivência humana, a fim de obter um direito universal inquestionável: a água. A escassez desse recuso tornou-se um problema atemporal e aflinge a sociedade contemporânea à medida que sua demanda e consumo aumentam. Nesse viés, torna-se imprescindível a necessidade de uma sociedade mais sustentável, visto que essa substância inorgânica vem sendo utilizada de forma desenfreada pela produção capitalista.      A priori, é importante pontuar que, de acordo com a perspectiva Marxista, na qual afirma que o capitalismo prioriza lucros em detrimento de valores, é evidente que a avidez humana pode causar desordens. Partindo desse pressuposto, percebe-se que o modo de produção capitalista está diretamente ligado ao consumo exacerbado da água, uma vez que este produz em grande escala. Com isso, surge o "consumo virtual", que, segundo a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), é a quantidade de água gasta para produzir um bem, produto ou serviço. Assim, para a produção de uma calça jeans, por exemplo, são necessário cerca de 11.000 litros.      Outrossim, vale ressaltar ainda que, o desmatamento está relacionado de forma intrínseca a escassez de recursos hídricos em diversas regiões do país. De acordo com o cientista Antônio Nobre, do Centro de Ciência do Sistema Nacional Terrestre, que analisou inúmeros artigos científicos sobre a Amazônia e a sua relação com o clima e as chuvas no Brasil, concluiu que o desmatamento dessa região influencia na falta de água sentida nas regiões mais populosas do país, pois a diminuição da quantidade de árvores nesse bioma impede o fluxo de umidade entre o Norte e o Sul do país. Logo, percebe-se a importância de um desenvolvimento sustentável no país, que frise não apenas o lucro, mas que também cuide de seus recursos.         Urge, portanto, a necessidade da criação de medidas para que a escassez de água deixe de ser um problema tão grave no país. É preciso que o Governo Federal faça propostas para as indústrias, para que essas passem utilizar o menos possível dos recursos hídricos em sua produção, onde o Estado irá criar um limite máximo de uso, e se esse for ultrapassado, a empresa deverá pagar multas. O Ministério do Meio Ambiente deverá atuar de maneira mais significativa no combate do desmatamento, fazendo melhorias no Código Florestal Brasileiro, para que este enfim funcione adequadamente, punindo de maneira justa os criminosos. Por fim, a mídia deve difundir campanhas para que a população se consciente e preserve a água, não a desperdiçando, pois essa é vital a todos.