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Enviada em: 01/10/2018

Tem uma pedra no meio do caminho.       É indubitável que diante das questões desoladoras do século XXI, o dilema desafiador da escassez de água, no Brasil, apresenta não somente um reflexo do uso desregulado desse recurso, mas também da desigualdade na sua obtenção. Em Vidas Secas de Graciliano Ramos, é perceptível o anseio humano por um direito universal inquestionável: a água. Análogo a essa obra, o problema causa impactos na contemporaneidade.       Deve-se pontuar, de início, que as indústrias atuam como agentes responsáveis pelo emprego irresponsável da água e não somente a população.  De acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da ‘modernidade líquida’. Seguindo essa linha de pensamento, ao visar lucros comerciais do sistema de produção capitalista, as indústrias favorecem à carência do recurso hidríco, utilizando na fabricação de calças "jeans", por exemplo, aproximadamente 11 litros de água para atingir a tonalidade ideal. Ausentando, assim, dos cidadãos a ideia que possuem papel unilateral na causa.       Outrossim, a não equidade desse fluido favorece os impactos causados na sociedade. Na década de 60, a indústria da seca fazia com que a população do semi-árido nordestino ficasse submissa aos grandes políticos que aproveitavam as secas prolongadas para ganho próprio. Dessa forma, a falta de politicas governamentais, atrelado a falta de chuvas tem feito com que a população sofra secas prolongadas como é o caso da região Nordeste que sofre a muito tempo com a falta do recurso. Segundo o Ministério da Educação, este ano mais da metade de escolas nordestinas do país tiveram suas aulas canceladas. Entretanto, na região mais desenvolvida do país, a população consegue enfrentar a crise mais tranquilamente por conta de questões administrativas. Vê-se, então, um dos cernes da questão.       Destarte, são notáveis, portanto, as causas da escassez desse solvente universal. Análoga à terceira lei do físico Isaac Newton, em que toda ação requer uma reação é necessário que o poder midiático deve alertar e orientar ao público sobre o uso consciente. Em segundo lugar, tratar as águas de esgotos a fim de as indústrias as reutilizem de forma sustentável e, assim, conter os gastos do consumo virtual. Ademais, o Nordeste, que sofre com fatores sociais, o ato humanitário de transportar parte da água do aquífero Guarani seria a principal medida para promover a igualdade de distribuição da água, enquanto o poder público investe em pesquisas para driblar os fatores climáticos. Assim, a pedra de Drummond poderá ser retirada do caminho.