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Enviada em: 17/10/2018

Água, produto essencial, porém extremamente limitado       A água é fundamental à vida humana. Tal assertiva revela-se verdadeira não apenas ao senso comum, mas o aspecto biológico a consubstancia. No nível celular, por exemplo, cerca de 75% desse corpúsculo é formado por água. Paradoxalmente, a disponibilidade desse recurso é extremamente limitada – apenas 0,5% do que existe na terra é própria para consumo, segundo a Agência Nacional de Águas. Nesse sentido, convém discutir alguns impactos decorrentes da escassez da água no século XXI.        Como desdobramento inicial da restrição desse fluído vital, pode-se assinalar o aumento da conduta beligerante entre nações. Não se deve esquecer que a escassez de mercado consumidor foi fator preponderante que impeliu as nações europeias a praticarem o expansionismo, culminando na 1ª Guerra Mundial. Se a ambição por expandir a economia deflagrou uma das maiores aberrações perpetradas pelo homem, quanto mais a busca por água, que é utilizada não só para o consumo, mas também é insumo imprescindível em qualquer setor produtivo.       Além disso, outro reflexo nocivo é a maior penalização das populações em vulnerabilidade social. Dado que o consumo de água pode ser interpretado como um índice de desenvolvimento humano – afinal nos países desenvolvidos o consumo é dez vezes superior quando comparado, por exemplo, às nações da África Subsaariana, segundo a ONU, qualquer redução no nível disponível ao consumo incidirá preponderantemente sobre os mais pobres.       Urge, então, que os recursos hídricos sejam utilizados com parcimônia, a fim de evitar conflitos, por um lado, e, por outro, aumentar a oferta às populações carentes. Para tanto, os Governos devem regulamentar o uso da água em seus territórios. Pode-se, para isso, mediante a aplicação de sobretaxas, coibir o desperdício  e o consumo excessivo, tal qual a Sabesp quando impôs à população paulista na crise hídrica de 2014.