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Enviada em: 10/10/2018

A obra "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, explora uma temática bastante recorrente no cenário hodierno: a falta de água na região nordeste do Brasil. O livro retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. De fato, a água é de extrema importância para a manutenção dos seres vivos, e a sua ausência provoca consequências incalculáveis para a vida no planeta. Entretanto, apesar de tal crucialidade, o uso excessivo e o desperdício podem ser indicadores da desvalorização deste bem.   A princípio, é importante perceber que a falta de água em determinadas regiões é causada não só por fenômenos climáticos, como também pela falta de consciência dos indivíduos. Ainda que fatores naturais como o El Niño sejam responsáveis pela redução do regime de chuvas, grande parte dos problemas devem-se à má gestão dos recursos hídricos, pois, mesmo com a escassez, na maioria das vezes, é possível se adequar a tais condições e maximizar a reutilização. Entretanto, o mau senso das pessoas faz com que poucos tenham acesso a tais recursos, aproveitando disso para exercer maior poder entre os demais. Dessa forma, assim como a reflexão de Jean-Paul Sartre, o homem é o único responsável pelas suas ações, sendo inadmissível culpar a natureza pelas situações contemporâneas.   Diante dessas circunstâncias, surgem inúmeras consequências à população que reside em áreas afetadas. Sendo que, uma das mais expressivas é a má distribuição, provocada pelo aumento dos preços de consumo e, consequentemente, poucos indivíduos conseguem ter acesso à pequena quantidade que ainda resta. Outrossim, a não efetivação de obras como a Transposição do Rio São Francisco, que previa a construções de canais de abastecimento, apontam problemas causados pelo destemor do governo. Ademais, a agropecuária é fortemente impactada, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, no Brasil, o déficit de chuva nos últimos meses contribuiu para a ocorrência de quebra de safra. No entanto, se não há preocupação em combater as causas, não há, também, como entender os efeitos.    Dessa maneira, infere-se, que, a falta de água é capaz de causas grandes malefícios no mundo contemporâneo. Logo, é necessário que o Poder Executivo se faça mais presente na gestão hídrica, limitando o uso desses recursos pelas empresas, através de uma fiscalização rigorosa e da efetivação de projetos que levam água à locais que precisam, de modo que todos possam ter acesso. Além disso, a mídia, em parceria com as ONGs, devem conscientizar os indivíduos, promovendo campanhas de consumo consciente e repassando dicas de reutilização, para que evitem o desperdício e se sintam estimulados a economizar.