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Enviada em: 22/08/2019

O centro danoso.   Em Janeiro de 2019, o Brasil vivenciou uma das maiores tragédias até então anunciadas - o rompimento da barragem de Brumadinho, MG. Por meio da catástrofe, é possível identificar os motivos pelos quais aquele evento aconteceu, dentre eles se destaca não só a irresponsabilidade da empresa Vale, como também a recorrente flexibilização dos regulamentos ambientais. Por essa razão, a exploração dos recursos naturais se torna mais que viável, normal. É devido a essa mentalidade, que urge a discussão acerca dos impactos causados, inicialmente, pela versatilidade no âmbito da lei, direcionando danos quer seja à natureza, quer seja ao próprio executor, o ser humano.   Em primeiro lugar, vale salientar a inescrupulosa atuação do Estado referente às empresas  ambientalmente exploradoras, que visam apenas o lucro. A despeito disso, é pertinente o que ocorreu durante o século XX, que através das 2° e 3° Revoluções Industriais, a economia cresceu exponencialmente até à Grande Depressão do Liberalismo, segundo a historiografia. Nesse ínterim, iniciou a "corrida pelo lucro" a qualquer custo, mesmo que a natureza fosse colocada constantemente em risco. A partir disso, a plasticidade das leis se transfigurou em possibilidade, de tal modo que abriu caminhos para o desmatamento intenso e a ultrapassagem das leis que "protegem" o meio ambiente.    Em segunda análise, cabe ressaltar, ainda, que o homem também sofre com as consequências provocadas por ele mesmo, devido às concessões dadas às indústrias extrativas. Segundo José Ortega, o indivíduo é o que lhe cerca. Se ele não preservar isso, pratica o mesmo consigo. Tal ótica, é negativamente evidente quando governantes brasileiros, e até mesmo a população, neglicenciam a importância que os próprios biomas nacionais têm, mas que são explorados abusivamente (como é o caso do Cerrado, onde apresenta apenas 8,21% de seu território legalmente protegido por unidades de conservação, segundo o Ministério do Meio Ambiente).     Depreende-se, portanto, que medidas sejam tomadas a fim de dar mais solidez às leis ambientais e diminuir os impactos causados pela flexibilização. Para tal, cabe aos veículos midiáticos, através de propagandas, filmes, novelas e séries, trazer à tona para o público a importância da preservação ambiental com o foco de conscientizá-lo e agir em favor dessa causa. Além disso, é preciso que a população pressione o Legislativo, por meio de protestos pacíficos nas ruas e nas mídias sociais, para ele agir com respeito absoluto à integridade das diretrizes ambientais, com o fito de coibir a maleabilidade. Só assim, a natureza e o homem poderão viver de forma menos danosa possível, num século onde o dinheiro é o centro de tudo.