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Enviada em: 01/08/2019

Das rotas coloniais do pau-brasil às rotas de barro deixadas pela Vale. O Brasil, que nasceu como uma colônia de exploração, mantém ainda hoje seu papel de fornecedor de lucrativos recursos naturais. A administração destes, deixada sob os auspícios de um obscuro ciclo de interesses, impõe ao meio ambiente pesados danos - prejuízos que advêm tanto do abrandamento de normas ambientais quanto da negligência em cumprir as leis ainda em vigor.  Em primeiro plano, faz-se necessário arguir que, historicamente, muito da legislação ambiental brasileira atendeu aos interesses de grupos latifundiários - fato histórico que hoje se substancia no poder brandado pela bancada ruralista no Congresso Nacional -, condicionando a uma mentalidade política contrária aos ideais de preservação da natureza e à tendência hodierna de relaxamento das leis ambientais. Esse cenário é agravado pela constante incapacidade do poder público em garantir o cumprimento da legislação vigente, como no caso do acidente de Brumadinho, em que os riscos eram iminentes e documentados.  Cabe, também, ressaltar que a flexibilização de leis ambientais traz sérias consequências para a fauna e flora do país. Recentemente, dados e imagens de satélites fornecidos pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostraram um gradativo aumento no desmatamento na região amazônica nos últimos anos, corroborando a hipótese de que a presente mudança de rumo ideológico já se faz notar materialmente como marcas sobre a biosfera brasileira. Tais explorações são tão irresponsáveis quanto a predação dos portugueses sobre o nascente Brasil e demostram a dificuldade da nação em alcançar um desenvolvimento sustentável.  Portanto, a fim de investir na construção de uma nova mentalidade, é necessário que o MEC, em parceria com o IBAMA, institua nas grades escolares - especificamente na grade de história - conteúdos sobre a importância da preservação do meio ambiente, conscientizando para que tragédias como as de Brumadinho permaneçam no passado.