Materiais:
Enviada em: 01/08/2019

O filósofo Immanuel Kant, a partir da ética deontológica, apontou que as ações dos indivíduos devem ser desprovidas de interesses particulares e devem ser baseadas em uma moral universal, a qual não comprometa a integridade de outrem. Nesse contexto, infere-se que o governo brasileiro, ao flexibilizar as leis ambientais, não cumpre com essa ética. Logo, é preciso analisar os impactos dessa legislação, os quais ultrapassam fronteiras e demandam mudança de perspectiva em relação ao meio ambiente, visto que atitudes desenvolvimentistas pautadas somente em ganhos econômicos podem comprometer gerações futuras.       A princípio, é preciso frisar os impactos de tal flexibilização. Nesse sentido, com leis menos severas e que permitam o manejo em áreas de conservação, a exploração indiscriminada tende a aumentar e há um maior risco de desastres ambientais, pois não haverá tantos empecilhos legais para ampliar áreas de atuação de alto risco como a mineração. Nessa conjuntura, o governo alegou que é preciso desburocratizar a fim de alavancar a economia, no entanto, ao contrário do que propôs o filósofo Maquiavel, nesse caso os "fins" não devem "justificar os meios", haja vista o comprometimento das próximas gerações, as quais estarão ameaçadas se for mantido o ritmo de degradação ambiental atual.       Somado a isso, destaca-se que as consequências de uma exploração não sustentável acometem todo o planeta. Sob essa ótica, o mundo globalizado não se restringe apenas à área da comunicação e da informação, mas também ao aspecto ambiental. Desse modo, desmatar a Floresta Amazônica traz implicações para o regime de chuvas de vários países e impacta nos níveis de gases estufa do mundo todo, devido ao fato de ela ser responsável por grande parte da filtragem desses gases e pela estabilização do clima. Por conseguinte, diante de índices de desmatamento alarmantes, a Europa já vem apresentando mudanças climáticas, como ondas de calor batendo recordes de temperatura e comprometendo a qualidade de vida das pessoas.       Fica claro, portanto, que os impactos da flexibilização de leis ambientais são nocivos e comprometem o futuro das próximas gerações. Então, para minimizá-los, ONGs de proteção ao meio ambiente devem organizar reuniões no Congresso para pressionar o governo e estabelecer limites para a flexibilização, mediante presença de engenheiros ambientais que debatam normas como a exigência de planos de mitigação de danos à empresas mineradoras e áreas de preservação permanente espalhadas pelo Brasil, de forma a garantir a segurança de atividades de alto risco e o controle do desmatamento. Assim, o governo estará um pouco mais próximo de atingir a ética kantiana, pois o meio ambiente não será orquestrado apenas por interesses econômicos.