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Enviada em: 03/08/2019

Após o início da Revolução Industrial, o mundo exibiu um modelo produtivo que provoca intensa degradação ecológica e estimulou debates de diferentes nações. Nesse sentido, na década de 80, uma discussão em escala global foi criada e propôs o relatório “Nosso Futuro Comum”, o qual objetiva um equilíbrio entre natureza e crescimento econômico, além de solicitar diversas práticas, tais como: manutenção florestal, águas não poluídas e métodos recicláveis. Entretanto, esse cenário sustentável não está presente no cotidiano brasileiro e tornou-se um problema governamental, visto que – seja pela flexibilização das leis ambientais, ora pela negligência do agronegócio – impede a preservação de recursos para as gerações futuras e consolida desastres que afetam o meio social e ecológico.       A princípio, cabe analisar a flexibilização das leis ecológicas sob a visão do sociólogo francês Émile Durkheim. Segundo o autor, o indivíduo só poderá agir na medida em que conhecer o contexto em que está inserido. Analogamente, o atual âmbito das normas ambientalistas – o qual torna flexível a extração de recursos naturais, ações poluidoras e violação de terras indígenas para a expansão produtiva – permite que indústrias mineradoras promovam práticas para acelerar o acúmulo financeiro, mas que prejudicam a manutenção do ecossistema. Por consequência, observa-se o aumento de tragédias ecológicas que contaminam diversas regiões e afetam o bem-estar dos animais e cidadãos existentes no entorno.      Ademais, além das normas flexíveis, o papel negligente do agronegócio também corrobora na problemática e convém ser contestado sob a perspectiva do filósofo alemão Hans Jonas. Segundo o autor, o homem deve preocupar-se com os efeitos coletivos de suas ações e não apenas em consequências individuais. Dessa forma, o setor agrícola brasileiro contradiz esse pensamento ao visar somente seu contexto individual de lucratividade, o qual negligencia atividades de reflorestamento, uso controlado de agrotóxicos e licenciamentos ambientais. Logo, cada vez mais a produção rural impede a exploração racional da natureza, o que dificulta a preservação de matérias-primas para futuras gerações.      Diante disso, torna-se evidente que medidas devem ser tomadas. Para isso, o Ministério do Meio Ambiente, por meio de verbas públicas, deve investir no fortalecimento das normas ambientais, de modo a promover fiscalizações periódicas, com a elaboração de centros investigativos, que possam identificar e punir empresas mineradoras que causam desrespeito à legislação ecológica. Dessa forma, será possível inibir leis prejudiciais à manutenção da biodiversidade e diminuir desastres que afetam o bem-estar da natureza e dos cidadãos. Além disso, ONGs ambientais, com apoio governamental, devem orientar produtores rurais sobre práticas agrícolas ambientalmente preservacionistas, a fim de garantir a conservação dos recursos naturais e realçar as ações propostas pelo relatório “Nosso Futuro Comum”.