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Enviada em: 07/08/2019

Destoante da realidade ideal, o Brasil passa por um sério momento de discussão acerca dos impactos trazidos pela flexibilização das leis ambientais. Nesse ponto, parte do problema está relacionado intima e diretamente aos riscos de permitir, no plano teórico, a legitimação da degradação da natureza e de seus recursos no plano da realidade, ao mesmo tempo em que leva os órgãos fiscalizadores a uma maior fragilização das suas estruturas e mecanismos, prejudicando ainda mais o cenário. Desse modo, levanta-se uma relevante preocupação no tocante a essa questão, ligada tanto aos seus perigos velados quanto aos explícitos.      Nessa perspectiva, relativizar os efeitos e impactos da exploração aos recursos ambientais sem o limite da razoabilidade é, de fato, um dos aspectos que mais prejudicam a situação. Nessa lógica, o atual cenário permite, infelizmente, que o processo de desmatamento, seja pela indústria madeireira ou do agronegócio, permaneça em processo de crescimento acelerado, piorando o já atual estado de devastação, no qual se estima mais de 750 mil quilômetros quadrados de área derrubada, de acordo com dados do IBGE; ou que, até mesmo, casos como o de Mariana ou Brumadinho tornem a ocorrer em função da redução do peso e representatividade das leis e códigos ambientais. Sendo assim, todo esse contexto representa, por si só, um retrocesso em todas as conquistas aplicadas até hoje.      Outrossim, com provável e paulatino sucateamento dos meios utilizados como estratégia de combate e fiscalização aos crimes contra a natureza, promover-se-á de imediato a intensificação do desastre. Nesse viés, o contexto empírico da situação permite projetar que desastres e acidentes desse cunho serão cada vez mais frequentes e que o ocorrido nas cidades mineiras será fato corriqueiro nos noticiários, em razão do aumento da taxa de impunidade a essas grandes empresas com a justificativa rasa e pueril de valorizar o plano econômico em detrimento de qualquer outro, em uma clara guinada ao estilo de pensamento simplista de mentes ignorantes. Desse modo, como consequência, a qualidade de vida da atual geração e das futuras estará preocupantemente comprometida.        Destarte, a flexibilização das leis ambientais implicam sérios problemas para os quais se precisam encontrar formas de contraponto. Por isso, cabe às ONGs, de defesa do meio ambiente, dos animais e, inclusive, dos direitos indígenas, concomitantemente, elencar à sociedade os perigos desses novos tramites jurídicos por meio de divulgação em meio às redes sociais, tais quais Facebook, Instagram, Whatsapp, a fim de trazer a discussão à população em geral como estratégia de permitir que a pressão do cidadão sobre o governo compila-o a retroagir em relação a essa nova e descabida postura frente ao meio ambiente. Por essa lógica, devolver-se-á às pessoas uma maior qualidade de vida.