Materiais:
Enviada em: 14/08/2019

Desde o início da sua colonização, no século XVI, o Brasil tem suas riquezas naturais desvalorizadas, em prol do desenvolvimento econômico. Apesar das leis criadas pelo Poder Público contribuírem para uma possível valorização do meio ambiente, isso se torna inviável, tendo em vista a flexibilização presente na vigência dessas, o que causa impactos diretos na natureza, como o aumento do aquecimento global e a extinção de diversas espécies. Sendo assim, cabe avaliar os fatores que favorecem esse quadro.       A princípio, nota-se a ineficácia da aplicação legislativa como um dos principais impulsionadores dos impactos ambientais brasileiros. Quando a fiscalização se torna ineficiente, as ações antrópicas também aumentam, como o desmatamento. Isso causa, consequentemente, o aquecimento global que, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), prevê, num cenário de elevação de 3,5 ºC, a extinção provável de até 70% de todas as espécies hoje existentes. Além disso, esse desequilíbrio pode afetar diversos outros aspectos naturais, o que poderia inviabilizar a existência de vida na Terra.       Por conseguinte, cabe salientar a influência capitalista na indiferença com que esses impactos são conduzidos. De acordo com o sociólogo alemão Karl Marx, a desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas e, no cenário ambiental brasileiro, é exatamente isso que ocorre. A busca pelo crescimento econômico cega o Estado, a população e os grandes empresários quanto às consequências irreversíveis que essas ações poderão trazer, pois o dinheiro não pode fabricar água, ar puro e, tampouco reviver espécies extintas, logo, a vida humana, por si só, viria a se definhar.       Infere-se, portanto, que medidas são necessárias para resolver esse problema. O Ministério da Educação e o Ministério do Meio Ambiente devem trabalhar em conjunto, então, cabe ao primeiro, propor ao currículo escolar, por meio das matérias de sociologia e filosofia, incentivar os jovens sobre a valorização da natureza, dos seres humanos e o desapego das coisas materiais. Ao segundo, cabe criar medidas de responsabilidade ambiental, como uma maior fiscalização dos atos proibidos pelas leis ambientais e sua punição imediata. Com ambos em atuação, o Brasil poderá conservar sua grande diversidade e permitir que vidas sejam poupadas, em virtude da construção de uma sociedade ambientalmente mais sensata e humanitária.