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Enviada em: 15/08/2019

A economia brasileira sempre esteve atrelada, desde o período colonial, às práticas de exportação agrícolas como a produção de açúcar, do café e, mais atualmente, de soja. Dessa forma, no país, os grandes produtores rurais estão inseridos em um poder hegemônico que, em conjunto com a política brasileira, reflete em legislações ambientais que favorecem o agronegócio. Todavia, a flexibilização das leis sobre o uso e a preservação do meio ambiente em prol do desenvolvimento econômico de uma minoria gera a degradação dos biomas brasileiros e a intensificação dos conflitos socioambientais, o que compromete os interesses da nação.     Primeiramente, sabe-se que o Brasil é um território rico em biodiversidade, sobretudo no que concerne suas florestas pluviais, suas savanas, dentre outros. Contudo, a importância dessas é ofuscada pelo no interesse agrícola, o que fez com que a Floresta Atlântica possua apenas 12% de sua extensão original, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Além disso, outros biomas brasileiros sofrem com a expansão da fronteira agrícola, como é o caso do Cerrado, onde a plantação de soja provocou o desmatamento de mais de metade de seu território a partir do final dos anos 70 do século passado, também segundo dados do INPE, o que gerou numa área de hotspot internacional que vai do Centro-Oeste rumo para a Floresta Amazônica.     Ademais, o pouco avanço das políticas públicas no tocante à preservação do meio ambiente e à recuperação das áreas afetadas fez surgir conflitos que envolvem povos tradicionais, ativistas ambientais, latifundiários, dentre outros. Desse modo, esses embates fazem do Brasil o 4º país onde mais se matou ativistas em 2018 no ranking da Global Witness, além das mortes ocasionadas por madeireiros que invadem as reservas indígenas para a extração ilegal de madeira. Por isso, a fragilidade dos atores reivindicatórios frente as atrocidades causadas pela elite rural evidencia a necessidade de um enfrentamento das hostilidades no cenário socioambiental pelas forças políticas e policiais competentes.     Os impactos da inconstância das leis ambientais brasileiras, portanto, colaboram para o desgaste da biodiversidade e para o aumento dos entraves sociais sobre o meio ambiente. Assim, o Estado deve criar uma política ambiental rígida e direta voltada para o desenvolvimento sustentável e dos interesses coletivos, mediante estudos técnicos de profissionais ambientalistas e econômicos, em busca de reduzir os impactos ocasionados pela indústria agrícola, ao mesmo tempo que o sistema judicial e os órgãos de fiscalização aumentem suas ações nas áreas de conflitos. Destarte, futuramente, o crescimento econômico respeitará a natureza para o progresso de toda a nação.