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Enviada em: 16/08/2019

De acordo com a ética da responsabilidade do filósofo Hans Jonas, a sociedade atual é co-responsável pelo bem-estar das gerações futuras. Na atualidade, entretanto, tal cenário idealizado não se estende à questão ambiental no Brasil, visto que a flexibilização de suas protetivas corrobora com o negligenciamento e menosprezo sofrido pelo meio ambiente. Nesse sentido, convém analisar como o tecido social e o poder público impactam negativamente essa problemática.    Em primeiro lugar, a indiligência dos brasileiros em relação a proteção da natureza apresenta-se como relevante na elaboração de legislações menos rígidas e, consequentemente, na maior ocorrência de desastres ambientais. Isso acontece, pois a ausência de reivindicação social para prevenção de acidentes e maiores cuidados com a fauna e flora impede, diretamente, que episódios como o rompimento da barragem de Brumadinho, MG, em janeiro deste ano, sejam incomuns. Dessa forma, a existência de falhas na base educacional fortalece a permanência e propagação desse viés individualista.    Por conseguinte, os interesses estatais atrelados à tentativa de acelerar o desenvolvimento econômico do país representa uma permissão para flexibilização das leis ambientais. Isso é afirmado, uma vez que a tentativa de fusão dos Ministérios da Agricultura e Meio Ambiente no governo vigente, expõe o poder da bancada ruralista existente e a imparcialidade na aprovação das legislações, de modo que impulsiona o aumento do uso de agrotóxicos e a diminuição dos índices ambientais, por exemplo. Dessa maneira, é inadmissível a perpetuação desse cenário em detrimento da degradação do meio ambiente, visto que contradiz a ética de Hans Jonas.     Fica evidente, portanto, que os impactos da flexibilização das leis ambientais brasileiras são impulsionadas pela sociedade e pelo poder público. À vista disso, faz-se necessário a participação de uma bancada ambientalista no Congresso Nacional, por meio da união de especialistas de ONGs e empresas privadas voltadas à preservação da natureza, a fim de encerrar o unilateralismo à favor da agricultura no país. Além disso, convém ao Ministério do Meio Ambiente, em parceria com os centros educacionais, promover palestras e dinâmicas direcionadas a importância da manutenção e cuidado com a fauna e flora, com o objetivo de formas cidadãos críticos e sustentáveis. Somente assim, os ideais de Hans Jonas começarão a ser concretizados.