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Enviada em: 22/08/2019

"Para a ganância, toda natureza é insuficiente". A máxima de Sêneca, intelectual romano, exprime que o homem é capaz de destruir todo o meio para, apenas, obter lucro. Certamente, esse pensamento pode ser associado à legislação brasileira, a qual é prejudicialmente flexível frente aos problemas ambientais vigentes no país. Assim, é necessário analisar, imediatamente, as causas e os impactos dessa ineficiência governamental na vida dos brasileiros e do importantíssimo espaço natural.     A princípio, é possível afirmar que a ilimitada visão lucrativa do homem político - principalmente do que se beneficia com as práticas ambientais -  é responsável pela flexibilização legislativa do Brasil, a qual é deliberadamente moldada e adaptada, de forma a satisfazer, legalmente, os anseios dos beneficiados. Entretanto, o contingente de prejudicados, isto é, os brasileiros, é vultosamente superior, uma vez que a manutenção vital de todos depende da natureza, a qual é explorada pelo homem de forma irresponsável e assustadoramente rápida. Para ilustrar, é válido citar o lamentável rompimento da barragem da empresa Vale, no início de 2019, na cidade de Brumadinho, em Minas Gerais, que provocou a morte de 228 cidadãos (segundo a Defesa Civil do estado), devido, simplesmente, à negligência, à ganância e à falta de fiscalização dos responsáveis.       Outrossim, pode-se declarar que o ser humano não é a única vítima, uma vez que a fauna, a flora, e os recursos minerais também não são devidamente protegidos pelo Estado, os quais são amplamente explorados e comercializados dentro e fora do território nacional. Diariamente, evidencia-se o crescimento do índice de animais em extinção, fruto da caça ilegal no país, bem como a escassez de variadas fontes de minério, como o ouro, por exemplo, explorado de forma excessiva desde a colonização lusitana, no século XVI. Ademais, segundo estudos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, pode-se explicitar o vultoso aumento de 87% de queimadas na Amazônia, em 2019, fato este que confirma a negligente postura governamental diante da flexibilidade das leis brasileiras.      Logo, urge que medidas urgentes sejam aplicadas no país, pois, conforme o jornalista George Shaw, o progresso é impossível sem mudanças. Para defender o meio ambiente e evitar que as leis do Brasil sejam moldadas pelo lucro, é necessário que o Três Poderes revejam suas ações no que se refere à situação atual da natureza brasileira, por intermédio da criação e da atualização das diretrizes ambientais, de forma a tornarem-nas mais eficientes e rigorosas. Além disso, urge que a esfera política seja sensibilizada no que tange aos assuntos e problemas ambientais, a partir de palestras obrigatórias a todos os membros do Estado, que explicitem os pertinentes imbróglios mencionados e seus efeitos na humanidade, para que atitudes responsáveis e eficazes sejam efetuadas no cenário ambiental do país.