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Enviada em: 21/08/2018

Em "Black Mirror", a tecnologia é introduzida como grande inimiga do futuro, uma vez que essa ocupa cargos no mercado de trabalho de maneira tão eficiente quanto uma pessoa real. A série de ficção científica de Charle Brooker retrata uma realidade presente no mundo moderno e traz transtornos, principalmente, à autonomia e integridade dos trabalhadores em seus empregos.     Percebe-se que, historicamente, desde a aplicação de novas tecnologias entre o século dezenove e vinte e um, essas exerceram um papel de mudança nos  negócios e na forma de emprego de inúmeras pessoas. Cita-se, por exemplo, quando as máquinas foram introduzidas nas lavouras, forçando grande parte dos trabalhadores a procurar novos meios de sustento, como em trabalhos informais e precários, que não asseguram direitos trabalhistas como as férias, o salário minimo e o décimo terceiro salário, garantidos no Brasil pela CLT - Consolidação das leis do trabalho - promulgada pelo governo Vargas.     Somado a isso, é explicito também, a necessidade de novas especializações para garantia de uma vaga nas empresas, haja vista a nova dinâmica trabalhista. Vê-se que a substituição do homem pela máquina é recorrente, principalmente no setor de serviços, cujo softwares têm se tornado frequentes em atendimentos virtuais e programações, colaborando para extinção de  cargos e o aumento do desemprego, que segundo estudo do fórum econômico mundial, até 2021 a tecnologia tirará cerca de 7 milhões de vagas do mercado, prejudicando milhares de pessoas que vivem desses empregos.     Nesse ínterim, observa-se uma crescente concorrência para desenvolvimento de novas habilidades por parte dos trabalhadores que enfrentam o desemprego estrutural nas relações de mercado atual. Entretanto, a deficiência educacional por parte do Estado precariza o desenvolvimento de competências dessa nova geração de desempregados e futuros trabalhadores para manuseio de máquinas e cargos que exigem cada vez mais conhecimento dos empregados.      Diante dos fatos supracitados, torna-se evidente os impactos da revolução tecnológica digital no mercado de trabalho. É mister que os Estados nacionais juntos aos órgãos de trabalho promovam enérgicas fiscalizações nos trabalhos informais que surgem com a nova realidade tecnológica  e punam qualquer tipo de exploração e/ou irregularidade nos serviços propostos por esses. Por outro lado, políticas públicas com financiamentos estatais devem criar novas oportunidades de empregos que visem a empregabilidade de pessoas reais, e desse modo o desemprego estrutural seja amenizado. Por fim, investimentos na educação devem ser prioridades por parte dos governos federais, pois a criação de cursos técnicos e superiores de qualidade que sejam acessíveis são fundamentais para a adaptação nos novos empregos, e a tecnologia não seja inimiga do futuro como no da série citada.