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Enviada em: 03/07/2019

No livro "1984" de George Orwell, é retratado um futuro distópico em que o avanço da tecnologia sobre as máquinas é capaz de dominar o homem. Fora da ficção, o cenário do futuro do trabalho frente à quarta revolução industrial é desafiador. Nesse sentido, apesar dos benefícios atrelados à tecnologia, a automatização do trabalho exige dos indivíduos uma constante reinvenção e adaptação de suas atividades.    Em primeiro plano, é válido considerar como a substituição, parcial ou total, do homem pela máquina afeta as relações no âmbito trabalhista. Com a mecanização das ações humanas, muitas profissões tornar-se-ão obsoletas e profissões que hoje ainda não existem serão imprescindíveis nesse contexto de revolução tecnológica. O problema dessa inversão é que as taxas de desemprego já estão em processo de acréscimo, fator que evidencia a negatividade econômica de seus impactos para o país. Apesar do imprescindível investimento na criação de novas tecnologias, é evidente que a mecanização irrestrita das atividades desfavorece os indivíduos, sobretudo àqueles que não têm acesso aos conteúdos de criação tecnológica.    A consequência desse impasse, além do aumento do desemprego, é que os afetados por essa nova conjuntura terão de adaptar-se a essa realidade. Aqui, sem dúvidas, encaixa-se a máxima de Charles Darwin ao afirmar que são os mais facilmente adaptáveis que resistem às mudanças. Nesse sentido, o novo desafio que surge é o de reinvenção individual e coletiva. Todavia, o Brasil não é um país que delega ao primeiro lugar a difusão de conhecimentos e investimentos em ciência e tecnologia. Por esse motivo, o contato da maior parte da população com essa área do conhecimento é insuficiente e, assim, restringe e limita o indivíduo nesse processo de reformulação laboral, social e econômica.     Depreende-se, portanto, a indispensabilidade de medidas que atenuem essas consequências. Assim, o Ministério da Ciência e Tecnologia em parceria com o Ministério da Educação devem financiar programas de democratização da tecnologia, criando polos de educação digital - incluindo, sobretudo, comunidades carentes, como é o exemplo do programa "Vai na Web" - a fim de reunir a aprendizagem da alta tecnologia, o interesse por novas profissões e impactos sociais positivos. Além disso, a mídia televisiva deve discutir o tema em canais abertos, com o fito de que a coletividade esteja ciente dessas mudanças e caminhem em direção a um futuro em que homem e máquina coexistam sem qualquer relação de dominação prejudicial.