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Enviada em: 27/07/2019

O investidor e palestrante Roy Bahat traça um panorama acerca das perspectivas do trabalho no futuro e afirma que a automatização representa uma ameaça à estabilidade de certos empregos e ocupações na sociedade. Desse contexto, emerge uma forte discussão no tocante aos demais impactos que a revolução tecnológica vivida nos últimos anos provocaria na organização social e no mercado de trabalho. Nesse sentido, torna-se vital adaptar a realidade laboral, integrando as competências humanas com o advento das novas tecnologias, tanto para preservar a formação da consciência coletiva, quanto por promover o surgimento de novos postos e incrementar a produção.       No que concerne ao primeiro ponto, é relevante salientar que, ao não adequar essa nova realidade, abre-se espaço para a perda dos efeitos positivos que o trabalho causa no indivíduo. Para elucidar essa questão, o filósofo Friedrich Hegel defende que o trabalho forma a consciência coletiva do indivíduo uma vez que medeia as relações entre os membros da sociedade civil. Posto isso, observa-se que a subversão da pessoa humana - de um participante ativo no processo produtivo, para um simples operador de maquinários e ferramentas tecnológicos - impede a construção dessa consciência e enfraquece os laços sociais. Assim, a revolução tecnológica contribui para a perda de coesão social e integração entre os setores e indivíduos, fragmentando o tecido social.        Já em relação ao segundo ponto, em contrapartida, é coerente pensar que as novas tecnologias significam aumento na produtividade e na operatividade nos núcleos de produção. Acerca dessa questão, o economista brasileiro José Pastore afirma, que as novas tecnologias são imperativas nas novas práticas econômicas, melhorando a produtividade, competitividade e qualidade dos bens. A partir disso, infere-se que, enquanto imprescindível no processo de produção, a revolução digital abriu empregos e postos de trabalho nunca antes vistos - motoristas de aplicativos, cooperativas de entrega digitais, vendas virtuais -  diversificando as atividades e o mercado de trabalho, o que significa maior fomento na montagem dos produtos e prestação de serviços.       Defronte ao que foi apresentado, cabe uma reflexão acerca de medidas cabíveis para adaptar o mercado de trabalho com a nova realidade apresentada pela revolução tecnológica. Quanto a isso, cabe às assembleias legislativas dos estados nacionais, por serem as entidade responsáveis por elaborar normas, proporem projetos de lei que legalizem os novos postos de trabalho, respeitando sua dinamicidade e garantindo direitos inerentes ao trabalhador. Isso pode ser feito por meio de debates envolvendo a participação popular via consultas públicas e referendos. Tudo isso com o objetivo de promover a integração da sociedade com as novas tecnologias no espaço de trabalho.