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Enviada em: 10/09/2019

A afirmação de Heráclito de Éfeso "Nada é permanente, salvo a mudança", a qual remonta a tempos pré-socráticos, ainda reverbera na sociedade atual, sobretudo a respeito das mudanças nas formas de trabalho. Em um contexto atual, a 4ª Revolução Industrial conduz a inteligência artificial e a robótica a fim de dinamizar e aumentar a eficiência do processo de produção, o que faz surgir como consequência a inevitável substituição da força de trabalho humana. Somado a este fato está a presença e a dependência crescente da tecnologia no modelo de vida contemporâneo, como a busca por serviços oferecidos por aplicativos no celular.       Charles Chaplin em seu filme 'Tempos Modernos' retratou de uma forma crítica a implementação do Fordismo nos Estados Unidos, de modo a profetizar os rumos que a indústria seguiria. O modelo até então estava baseado na produção em série e alienação do trabalhador, este que se configurava como ultraespecializado e para o qual era permitido ocupar somente uma fração do processo de produção. Apesar do modelo pioneiro, atualmente a revolução digital propiciou mudanças na forma de trabalhar como a adoção do home office e do coworking, assim como na relação com o trabalho, com o crescimento dos 'freelancers' e do advento de aplicativos como os maiores empregadores.       Embora a presença da tecnologia seja cada vez maior nas relações de trabalho constitui-se como um caminho sem volta. Dessa forma é inevitável que esse cenário venha ocasionar mudanças como a extinção de profissões, também como o surgimento de outras. Por esse motivo a capacidade de inserção de um indivíduo à tecnologia e a quantidade de trabalhadores que se qualifiquem para ocupar os novos cargos é crucial à adaptação a essa nova realidade, visto que o Brasil possui escassez de mão de obra qualificada e não consegue se classificar como um país produtor de tecnologia.       Dito isto é indispensável que hajam maneiras de inserir os indivíduos no contexto da revolução digital no trabalho, a fim de minimizar a taxa de desemprego e o impacto social causado pelas novas tecnologias. Uma maneira é a implementação através do Ministério da Tecnologia, Inovação e Comunicação de um programa de ofertas de cursos de capacitação profissional em escolas do ensino profissionalizante em áreas de robótica, biomedicina e programação, a fim de possibilitar o desenvolvimento de diversas habilidades e aumentar o domínio sobre a tecnologia antes de chegar ao mercado de trabalho. Outra forma de enfrentar os impactos dessa realidade latente é fortalecer a legislação trabalhista de forma a proteger o trabalhador desempregado que acaba por recorrer a aplicativos de serviços como forma de sobrevivência, cobrando dos parlamentares eleitos que cumpram as suas promessas de campanha.