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Enviada em: 17/10/2017

De acordo com Robert Solow, economista inglês, a tecnologia é o motor do crescimento. A tecnologia, portanto, é a responsável pela maior produtividade mundial, quedas na mortalidade infantil e melhores indicadores educacionais. No entanto, esses avanços são acompanhados de inúmeras transformações, especialmente com relação a dinâmica das interações humanas. Nesse cenário, as empresas, através do uso de celulares e correios eletrônicos, estão sempre "muito perto" de seus funcionários - o que acaba criando, em parte da população, uma sensação de estar sempre trabalhando e torna importante a discussão dos impactos da revolução tecnológica digital no mercado de trabalho para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.  Nesse contexto, o sentimento de proximidade com o local de trabalho acaba exaurindo muitos trabalhadores que, nos dias reservados ao lazer, não conseguem ter o descanso que deveriam pois, a qualquer momento, podem, por exemplo, receber uma ligação do trabalho com algum tipo de demanda. Assim, o serviço prestado é precarizado e gera uma queda de produtividade. Ademais, as leis trabalhistas não evoluíram com a mesma rapidez que as ferramentas de comunicação à distância e ainda não estão preparadas para proteger a população dessas armadilhas tecnológicas.  Diante desse cenário, há um crescimento do mercado de trabalho informal e a relação funcionário-empresa tende a ser pior nesse setor: segundo o IBGE, os salários do mercado informal são, em média, metade do que é pago aos trabalhadores formais e, além disso, não tem direito a aposentadoria, décimo terceiro ou férias remuneradas. Desse modo, a informalidade fere direitos constitucionais do cidadão ao não seguir as regras da CLT.  Assim, com o intuito de tornar as relações de trabalho mais harmoniosas, o Governo deve fazer uma reforma trabalhista que contemple as novas interações vistas no mercado de trabalho já que a reforma atual não resolve este problema. Além disso, deve-se aumentar a fiscalização para evitar a informalidade e  incentivar empresas, através de palestras realizadas pelos próprios fiscais do trabalho, a respeitar o horário de lazer do funcionário pois, como visto na cidade de Gotemburgo, Suécia, uma redução na jornada de trabalho pode aumentar a produtividade das empresas. Ademais, o Governo deve divulgar listas com as empresas com funcionários que possuem bons indicadores de bem-estar para que a população possa valoriza-las consumindo seus produtos e, dessa maneira, transformar a qualidade de vida do trabalhador em uma boa estratégia de "marketing".