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Enviada em: 29/10/2017

O movimento ludista, ocorrido durante a Revolução Industrial, promoveu a invasão do proletariado as indústrias e a depredação de máquinas, alegando que essas eram as responsáveis pela destituição de seus empregos. Embora esse ato tenha se passado no século XVIII, as tendências de mecanização do trabalho avançaram significativamente, promovendo melhorias para o setor produtivo, mas inúmeros problemas para os trabalhadores. Essas transformações a priori parecem positivas, contudo devido à inserção abrupta de tecnologias no mercado de trabalho aliado à pouca qualificação dos empregados, acarreta no desemprego em massa, além da ineficácia do poder público nessa seara.   Mormente, é imprescindível ressaltar que a incorporação de tecnologias no mercado de trabalho se deu em um curto espaço de tempo, requerendo, assim, adaptações de todos os envolvidos. A partir da Revolução do Meio Técnico-Científico-Informacional na década 70, a estrutura produtiva se modificou com a incorporação de técnicas e instrumentos científicos. Essas mudanças impactaram, sobretudo, os trabalhadores, uma vez que o modelo de produção se tornou extremamente qualificado e obsoleto para o desempenho de atividades que exigem somente a especialização e pouco conhecimento. Elucida-se isso pela Revolução Verde concebida nos EUA que promoveu uma mecanização das atividades agrárias, acarretando no desemprego para as pessoas que executavam tarefas básicas e manuais. As máquinas e o futuro tão idealizados no passado, como fez a Vanguarda europeia do Futurismo, hoje, ameaçam o emprego de milhões de pessoas, necessitando, assim, de medidas para a sua mitigação.   Outro aspecto que faz a revolução digital no mercado de trabalho ser deletéria é a pouca atuação do poder público, que não desenvolveu ações suficientes para minimizar o desemprego estrutural. Isso se dá devido, principalmente, a pouco legislação nesse âmbito de amparo e proteção social para os desempregados, pois poucas Políticas Públicas são fomentadas nessa seara, promovendo o aumento gradativo do número de indivíduos destituídos dos seus postos de trabalho. Ademais, o desmonte das leis já adquiridas, como as da CLT, precariza as relações de trabalho, tornando mais fácil as demissões em massa, sem a garantia de direitos ou oportunidades para os trabalhadores pouco qualificados.   Para que se reverta esse cenário de inovações no trabalho, portanto, urge a necessidade da atuação do poder público consonância com esfera privada. Compete ao Ministério do Trabalho e Emprego estabelecer relações com o setor privado, por meio de PPPs ( Parceria-Público-Privado), para a criação de cursos de qualificação de trabalhadores com pouca formação técnica, tornando esses aptos a desempenharem tarefas que exijam conhecimentos, diminuindo, assim, os índices de desemprego e tornando a tecnologia aliada dos trabalhadores e não uma inimiga como era com os ludistas.