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Enviada em: 31/10/2017

A ideia de que novas tecnologias possam findar rotinas estáveis em uma sociedade deve ser vista com muita cautela, pois, muitas vezes, uma inovação pode fechar uma porta e abrir outras. Nessa ótica, os impactos da revolução tecnológica digital no mercado de trabalho podem ser analisados por dois lados distintos: o fim de trabalhos repetitivos e a valorização da racionalidade humana. Preparar o homem para as mudanças trazidas pela tecnologia é um dos grandes desafios da sociedade moderna.          Em primeiro lugar, o uso de ferramentas que facilitem o trabalho do ser humano não é uma inovação dos tempos atuais. Por exemplo, a invenção da faca, da roda, do arado, etc. nas sociedades mais antigas, trouxe ganho de produtividade que revolucionou os períodos em que surgiram. No entanto, antigos trabalhos manuais passaram a ser feitos de forma a diminuir a repetitividade de ações humanas. Da mesma forma, novas tecnologias no mercado de trabalho devem ser vistas como facilitadoras que associem a bem-estar humano à execução de tarefas menos repetitivas. É o caso, por exemplo, do profissional que apertava parafusos, do filme “Tempos Modernos”, que, mais tarde, teve seu trabalho substituído por uma máquina que fazia o mesmo serviço e, assim, evitou que muitos trabalhadores sofressem lesão por esforço repetitivo.          Além disso, outro fator advindo com a implementação de novas tecnologias é a valorização da racionalidade humana. Uma vez que robôs e máquinas podem realizar com perfeição trabalhos que antes eram realizados pelo ser humano, agora o homem deve preparar-se para executar tarefas mais racionais. Por exemplo, ainda no caso dos bancários, diversos deles viraram consultores financeiros e hoje são mais bem remunerados, pois atividades racionais, geralmente, são mais valorizadas pelo mercado do que atividades repetitivas. Assim, percebe-se que é uma mudança natural a conversão das vagas de empregos que exigem pouca criatividade em favor de vagas que exigem maior racionalidade.          Por fim, é importante que as pessoas estejam preparadas para uma grande mudança no mercado de trabalho nos próximos anos. Desta forma, cabe ao governo, por meio de escolas técnicas profissionalizantes e universidades, fomentar a formação de indivíduos aptos a resolverem problemas “de negócio” em vez de resolver problemas “do negócio”, através de cursos de consultoria financeira, gestão de agronegócio, gestão estratégica de negócios, ou seja, formar indivíduos que possam auxiliar na tomada de decisão em vez de indivíduos que apenas reproduzam atividades que exigem pouco ou nenhum raciocínio. Assim, eles estarão preparados para exercerem suas novas atividades em um mercado de trabalho pautado nos avanços tecnológicos.