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Enviada em: 30/10/2017

As revoluções industriais, sobretudo a partir da década de 1970 com o advento da internet, modificaram o processo produtivo em todas as etapas. Nesse sentido, a Revolução Técnico-Científica e a consequente Revolução Digital provocaram mudanças nas relações de trabalho, ao passo que a introdução da tecnologia ocasiona o surgimento de novas profissões, assim como valorização de funções específicas em detrimento de outras. Sendo assim, percebe-se uma alteração no mercado de trabalho evidenciada na intensificação do desemprego estrutural, posto que há uma maior demanda de profissionais especializados.       Define-se como ponto de partida o fato de que empregos de baixa remuneração, ocupados em maior parte por pessoas com pouca escolaridade, são os mais prejudicados. Um claro exemplo disso é a Revolução Verde, que ao promover a mecanização do campo desencadeou um processo de êxodo rural de trabalhadores em busca de outra forma de sustento. Ademais, a flexibilização das leis trabalhistas contribui para que esses trabalhadores submetam-se a condições insalubres de trabalho por não terem outras opções. Diante desse cenário, é indubitável a existência de intensificação da desigualdade social, posto que aqueles com pouca instrução são afetados, ao passo que profissionais adequados ao novo mercado são privilegiados.       Outra questão relevante é a exigência de mão de obra especializada requerida, dado que a introdução de novas tecnologias digitais necessita desse aspecto. Tal fato propicia o surgimento de novas profissões, concomitantemente à obsolescência de outras. Desse modo, faz-se necessária uma reforma educacional e trabalhista para que o novo mercado do emprego não ocasione consequências dramáticas para determinados grupos da população. Dessa maneira, para que o progresso seja justo, as sociedades terão de prover aos trabalhadores educação de boa qualidade, além de acesso a uma infraestrutura eficiente, a fim de que os diversos setores da sociedade sejam incluídos nesse processo.       Por tudo isso, fica evidente que a Revolução Tecnológica reconfigurou as relações trabalhistas, fazendo-se necessário combater seus aspectos negativos. Para tanto, é imperativo que o Ministério da Educação, em parceria com o setor privado, ofereça cursos profissionalizantes na área de tecnologia para pessoas de baixa renda, com o intuito de integrá-las às novas formas laborais. É importante, ainda, a criação de associações público-privadas, visando criar ofertas de empregos para as pessoas afetadas, com vistas a mitigar o problema do desemprego. Procedendo-se assim, será possível que a humanidade se beneficie de modo mais equitativo das vantagens trazidas pela modernização tecnológica, sendo viável a criação de um meio melhor para convivência.