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Enviada em: 13/05/2017

Em tempos de seca, o polêmico projeto de transposição das águas do Rio São Francisco é lembrado como um grande projeto que traria fim ao sofrimento de parcela do povo nordestino. Embora a obra venha sendo construída - com grande atraso-e recheada de controvérsias, a verdade é que a transposição deve, sim, ser efetivada, ajudando, assim, a desenvolver a região do semiárido e a reduzir à seca.       É bem verdade que, por ser um grande projeto que envolve muito dinheiro e licitações, a transposição para alimentar interesses é temida. A “Indústria da Seca”, marca intrínseca do Nordeste, parece não ter fincado só o passado: com grande atraso, a obra parece mesmo estar “enchendo o porquinho” de grandes homens. Desse modo, eliminar interesses de “coronéis” aproveitadores é primordial para que a solução de água chegue aos verdadeiros necessitados: a população em geral e a agroindústria, que é um dos grandes passos para desenvolver a região.        Além disso, segundo Aldo Rebouças, em seu livro “Águas doces no Brasil”, “o problema é o acesso à água no semiárido, e não a falta dela”. No entanto, a realidade é que o déficit hídrico é grande e construir a obra não prejudicará o Rio São Francisco, pois a transposição utilizará um pequeno volume de águas (cerca de 1% da vazão), os pontos de captação ficam distantes das nascentes e, além do mais, o ciclo hidrológico do semiárido e do São Francisco são complementares, como já afirmou o jornal “O Estado de S. Paulo” em 2004.       Assim sendo, é de fundamental importância que a transposição seja estruturada. Também, a construção de cisternas e uma gestão integrada em que cobertura vegetal, manejo do solo e preservação das águas estejam efetivamente relacionados, aliados à transposição, fariam com que a seca não mais “castigasse” o nordeste, mudando, assim, a vida de pessoas que se assemelham aos personagens do romance “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos