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Enviada em: 20/07/2017

Ilusão. É a palavra para descrever a faraônica obra de transposição do rio São Francisco. A falta de estudos mais profundos e análises sobre as consequências da mudança do curso do rio e a presença histórica da "indústria da seca" evidenciam que o projeto não é a melhor solução para o problema da seca e não atingirá todos os propósitos previstos.       Em primeiro lugar, é importante ressaltar que a idealização desse projeto está prevista desde os tempos do Império do Brasil, mas só foi iniciado em 2007. Após 10 anos, o projeto continua sem finalização e o orçamento previsto da obra só aumenta, criando um clima de desconfiança sobre o real uso dos recursos públicos.        Acresce que, o Nordeste é historicamente marcado pela presença do coronelismo, fato que continua enraizado na região. Prova disso é a presença da "indústria da seca", que se beneficia do sofrimento do povo e seca para conseguir mais verbas, incentivos fiscais, entre outros, dinheiro que não é exclusivamente usado na construção de açudes e projetos de irrigação para melhorar a qualidade de vida do sertanejo.       Além disso, empresas hidroelétricas que dependem da vazão do rio como a usina de Paulo Afonso serão afetadas, principalmente no período da seca, diminuindo a produção de energia elétrica. Também é importante ressaltar o desmatamento das regiões pelas quais o canal passa e a vinda de indústrias, em função da transposição, que podem acelerar o processo de poluição e desertificação da caatinga.       Conclui-se que a transposição das águas do "Velho Chico" não é a melhor forma de resolver o problema da seca no Nordeste e não terá tantos impactos positivos quanto são idealizados pelo governo. A forma mais coerente e barata seria fiscalizar o usa das verbas públicas na região, através da própria população e obras concluídas pelo município. Também é preciso investir na construção de poços artesianos para cada família e aumentar a irrigação do Sertão e Agreste nordestino. Dessa forma é possível minimizar o problema da seca e aumentar a qualidade de vida do sertanejo.